domingo, 11 de dezembro de 2011

SANGUE DA LUA

A Arte de Menstruar
“Sangue da vida
Com a Lua Crescente meu corpo o faz.
Sangue da vida
Com a Lua Minguante a terra o cultiva.

O tempo veio para a mulher abandonar sua vergonha.
O sangue que derramamos é sagrado, uma honra que restaura.
Celebramos o nosso dom , o poder para criar,
O milagre da vida humana de amor foi consumado.

Sangue da vida
Com a Lua Crescente meu corpo o faz.
Sangue da vida
Com a Lua Minguante a terra o cultiva.

Sangue da vida
Sangue de Sabedoria, como os Anciões o chamam.
Sangue da vida,
presente Sagrado vamos celebrá-lo.

Honre seu ritmo, siga o fluxo.
Ame sua criação, aprenda a deixar ir.
Honre a noite escura, honre o dia, honre seu corpo, ele conhece os caminhos.

Nosso tempo de sangrar cura, o tempo deixa ir,
Relaxando no feminino, seguindo com o fluxo.
Não há nenhuma necessidade para compreender como a noite se transforma em dia.
A alquimia está dentro de você, seu corpo conhece os caminhos.

Eu sou mulher, mulher que flui com a Lua,
Mulher que sangra para a vida.
Eu honro o meu sangue,
Eu sou mulher sagrada.
Eu sou mulher que muda.”

(Laura-Doe Harris)

Menstruar é um fato central na vida de qualquer mulher. Entre as diferenças que existem entre homens e mulheres, 'sangrar sem morrer' certamente é uma das mais significativas e que deixou forte impressão na mente humana, desde o primórdio dos tempos. Para nossas ancestrais da Idade da Pedra, o sangue menstrual era sagrado. A palavra sacramento provavelmente se origina de sacer mens, literalmente, menstruação sagrada.
Menstruação significa "mudança de lua". Tem como sílaba-raíz mens, mensis, e está na origem da contagem do tempo. Forma palavras como medida, dimensão, metro, mente, para citar algumas.
Eliphas Leví dizia que o sangue é a vida do homem, a primeira encarnação do fluido universal, a luz vital materializada. Em muitas culturas e épocas, o sangue respondia como veículo de potência, vitalidade, força de vida, espírito fluido, etc.
 O sangue menstrual, representando o poder de criar vida que conecta as mulheres com o próprio universo, era tabu, palavra polinésia significando "sagrado" e "proibido". Nas sociedades tribais, a menarca, o início do fluir do sangue, era celebrado com um rito de passagem, auxiliando a menina a realizar sua entrada para o reino do mana: o poder sagrado transmitido pelo sangue e que tanto podia dar como tirar a vida.
A mulher sente muito claramente a renovação em seu próprio corpo no ciclo menstrual. Uma das diferenças, no pensamento antigo, é a forma como as mulheres encaram a menstruação. A maioria das mulheres só agradecem sua menstruação quando estão preocupadas com uma gravidez indesejável. Geralmente a amaldiçoam dizendo coisas do tipo :
- Que saco! Vou ficar menstruada justo na sexta-feira ! ou Todas as vezes que menstruo fico irritada ! e por aí vai...
Já as nossas ancestrais reconheciam que a menstruação é um “Momento de Poder” para a mulher. A consciência delas abençoavam a menstruação. Na nossa sociedade é cada vez maior o número de mulheres que sofrem por TPM. Sempre que alguém amaldiçoa uma determinada parte do corpo ou de suas funções naturais não pode esperar outra coisa que não desequilíbrio.
As nativas norte-americanas realizam um importante rito de passagem da criança a puberdade. Estes ritos se realizam depois da primeira menstruação. É um momento importante porque a menina se transforma em mulher. Ela deve entender o significado desta mudança e conhecer os deveres que deverá cumprir de agora em diante.
Ela compreende que essa mudança chegou até ela de forma sagrada e , assim como a Mãe Terra, ela poderá ter filhos e ensina-los a viver de um maneira sagrada. Ela também deverá saber que a cada mês, quando chega sua menstruação ela recebe uma influencia, que deverá observar e tomar cuidado, pois nessa condição ela está plena de poder.
Ao longo dos milênios, as mulheres têm desaprendido a arte de menstruar, de fluir com a vida. O que era sagrado tornou-se proibido, sujo, contaminado. A regra passou a ser esconder a regra. O resultado disto foi que o evento central na vida de toda mulher madura tornou-se invisível. Mesmo mulheres "liberadas" acreditam que suas regras (aquilo que as rege) são uma inconveniência que deveria ser eliminada. A decantada imprevisibilidade feminina é, em grande parte, decorrente das oscilações a que a mulher está submetida, ao longo de seu ciclo mensal. É expressão da imprevisibilidade da própria vida.
Se você quiser se conhecer melhor como mulher: · fique atenta ás oscilações que você sente durante seu ciclo menstrual · observe a lua e note a diferença de menstruar na lua cheia ou lua nova · anote seus sonhos e veja as diferenças entre ovulação e menstruação. · elabore um mapa dos padrões para ajudar você a programar seu 'tempo da lua'.



Nenhum comentário:

Postar um comentário