domingo, 18 de dezembro de 2011

Calendário Pagão e o Mês de Dezembro

DEZEMBRO

                Decem era o décimo mês do antigo calendário romano. Seu nome também surgiu como uma homenagem à deusa Décima, uma das Parcas – Senhoras do Destino - , a regente do presente e tecelã dos fios da vida, equivalente à deusa grega Clotho.
       O nome anglo saxão do mês era Aerra Geola, o irlandês, Mi Na Nollag e o nórdico Wintermonath ou Heilagmonath. No calendário druídico, a letra Ogham é Luís e a arvore é a sorveira. O lema do mês é “assuma o controle de sua vida e não de deixe guiar pelos outros.”
       Os povos nativsa denominaram este mês de Lua Fria, Lua do Lobo, Lua das Longas Noites, Lua do Uivo dos Lobos, Lua do Carvalho, Lua do Inverno, Lua das Arvores que Estalam e Mês Sagrado.
A mais importante celebração deste mês é o solstício de inverno no hemisfério norte, festejado pelos povos celtas como o Sabbath Yule ou Alban Arthuan. Em várias tradições e lugares no mundo antigo, o solstício era lembrado juntamente com os mitos das deusas virgens dando à luz seus divinos filhos solares, como Osíris, Boal, Attis, Adonis, Hélio, Apolo, Dioniso, Mithras, Baldur, Frey e Jesus. Na tradição romana, esta data chamava-se Dies Natalies Soles Invictus ou o Dia do Nascimento do Sol Invicto e todos os deuses solares receberam títulos semelhantes, como a Luz do Mundo, o Sol da Justiça, o Salvador. As celebrações atuais do Natal são um amálgama de várias tradições religiosas, antigas e modernas, pagãs, judaicas, zoroastrianas, mitraicas e cristãs.
Já no hemisfério sul neste mês celebramos o Solstício do Verão (ou Meio do Verão, Alban Hefin ou Litha), também conhecido como Dia de São João, na Europa, marca do dia mais longo do ano, quando o Sol está no seu zênite. Para os Bruxos e os Pagãos, esse dia sagrado simboliza o poder do sol, que marca um importante ponto decisivo da Grande Roda Solar do Ano, pois, após o Solstício do Verão, os dias se tornam visivelmente mais curtos.
Na antiga Babilônia, existiam doze dias entre os solstícios e o Ano Novo. Era um tempo de dualidades, oscilando entre o caos e a ordem. Os romanos concretizaram essa ambigüidade no famoso festival Saturnália, as festas dedicadas ao deus do tempo Saturno e à sua consorte, a deusa da fertilidade Ops. Durante oito dias, as regras sociais eram revertidas, patrões e escravos trocavam de funções e roupagens, ninguém trabalhava, todos festejavam. O último dia do festival chamava-se Juvenália, dedicado às crianças, que recebiam agrados, presentes e talismãs de boa sorte.
Nos países do Oriente Médio, a Deusa Mãe, senhora do céu e das estrelas – conhecida como Astarte, Athar, Attar Samayin ou Astoreth – era celebrada desde os tempos neolíticos nesta época do ano.
Nos países anglo saxões, essas celebrações permaneceram como o Modresnacht, “A Noite da Mãe”, cujos costumes ainda sobrevivem nos festejos natalinos atuais em simbolismos como a arvore de Natal, decorada como a “Árvore do Mundo”, a estrela em seu topo representando a Deusa Estelar, a ceia farta e os presentes sob a arvore lembrando as oferendas e os agradecimentos dos homens à Grande Mãe.
Na Escócia, a véspera do Ano Novo é chamada Hogmanay, sendo celebrada com comidas típicas e procissões de homens vestindo peles e chifres de animais, reminiscências da tradição xamânica, assim como as renas, o duende e o próprio xamã metamorfoseado em Papai Noel.
Nos países eslavos, o Festival Koleda ou Kutuja começava no solstício e durava dez dias, celebrando o renascimento de Lada, a deusa do amor, da fertilidade e da juventude.
Na Europa, a deusa solar Lucina era comemorada com procissões de moças vestidas de branco e coroadas com velas acesas. A antiga deusa mais Ix Chel era homenageada, no México, com procissões e rituais para abençoas os campos e as embarcações.
Os incascelebravam Capac Raymi, o festival magnifico e Huara Chico, os ritos de iniciação dos meninos. Na Polinésia, no solstício de verão, celebrava-se Parara’a Matahiti, o Festival das Primeiras Frutas.
Neste mês, os judeus celebram, até hoje, o Festival das Luzes, chamado Hannukah, no qual se ascende diariamente uma vela branca em um castiçal de nove braços. Comemora-se o antigo milagre da reconquista do Templo de Jerusalém, há dois mil anos.
Dezembro representa o fechamento de um ciclo, um período para refletir sobre o ano que passou. Na avaliação daquilo que passou e na expectativa de um novo ano, repete-se o momento mítico da passagem do caos para a ordem. A Roda do Ano pára, entra-se em um novo limiar, no limite entre o tempo e os mundos, quando torna-se possível refazer o mundo.
Reveja, portanto, todos os aspectos de sua vida no ano que passou: realizações profissionais, relacionamentos, saúde, caminho espiritual, expressão pessoal, projetos e sonhos. Medite sobre os sucessos e fracassos, criando uma nova imagem do futuro. Consulte algum oráculo, faça uma lista de desejos e projetos, assuma compromissos, prepare encantamentos, invoque as Deusas e entre no Ano Novo com fé, força, luz e esperança.

Correspondências:

·                   Espíritos da Natureza: fadas das neves, das tempestades e das arvores do inverno
·                   Ervas: visgo, azevinho, abeto
·                   Cores: vermelho sangue, branco e preto
·                   Flores: azevinho, cacto do natal
·                   Essências: violeta, patchouli, gerânio, rosa, olibano, mirra, lilás
·                   Pedras: serpentina, jacinto, olivina
·                   Árvores: pinheiro, abeto, azevinho, sorveira
·                   Animais: rato, alce, cavalo, urso, coruja da neve, corvo
·                   Deidades: Hathor, Hécate, Neith, Atena, Minerva, Ixchel, Osíris, Nornes, Parcas
·                   Fluxo de Poder: suportar, morrer, renascer, Ciclos da Terra em movimento. Escuridao.   Alquimia pessoal. Caminhos espirituais. Assistir os amigos e a família, os solitários e necessitados.




Oração de Força e Magia para a Grande Mãe
(para ser pronunciada ao dormir e ao acordar)
Que eu tenha hoje e a cada dia,
a força dos Céus,
a luz do Sol,
resplendor do Fogo,
brilho da Lua,
presteza do Vento,
profundidade do Mar,
estabilidade da Terra,
firmeza da Rocha.
Que assim seja!
E assim se faça!

Fontes:    O Anuário da Grande Mãe
O Livro Mágico da Lua
Grimoire

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