terça-feira, 31 de julho de 2012

Sabbath de Candlemas ou Imbold - Brighid


Candlemas ou Imbolc

Também conhecido como Imbolc, Oimelc e Dia da Senhora, Candlemas é o Festival do Fogo que celebra a chegada da Primavera. O aspecto invocado da Deusa nesse Sabbath é o de Brígida, a deusa celta do fogo, da sabedoria, da poesia e das fontes sagradas. Ela também é deidade associada à profecia, à divinação e à cura. Esse Sabbath representa também os novos começos e o crescimento individual, sendo o "afastamento do antigo" simbolizado pela varredura do círculo com uma vassoura, ou vassoura da bruxa, tradicionalmente realizado pela Alta Sacerdotiza do Coven, que usa uma brilhante coroa de 13 velas no topo de sua cabeça.                                          Na Europa, o Sabbath Candlemas era celebrado nos tempos antigos com uma procissão à luz de archotes para purificar e fertilizar os campos antes da estação do plantio das sementes e para glorificar as várias deidades e os espíritos associados a esse aspecto, agradecendo-lhes.             A versão cristianizada da procissão de Candlemas honra a Virgem Maria e, no México, ela corresponde ao Ano Novo Asteca.                                                      
  
Imbolc é imbolg (pronunciado “immol’g’, com uma vogal leve àtona entre o ‘l’ e o ‘g’) que significa ‘no ventre’. Isto é o reavivamento do ano, os primeiros movimentos fetais da Primavera no útero da Mãe Terra. Como todos os Grandes Sabás Celtas, este é um festival de fogo – mas aqui a ênfase é sobre a luz mais do que sobre o calor, a centelha de luz fortalecedora que começa à trespassar a obscuridade do Inverno. A Lua é a luz-símbolo da Deusa, e a Lua acima de tudo se relaciona com seu tríplice aspecto de Donzela, Mãe e Anciã (Encantamento, Amadurecimento e Sabedoria). A luz lunar é particularmente aquela da inspiração. Então é adequado que o Imbolg deva ser a festa de Brigid (Brid, Brigante) a radiante tríplice Deusa- Musa ,que é também a portadora da fertilidade; pois no Imbolg, quando os primeiros trompetes da Primavera podem ser ouvidos à distância, o espírito é avivado tanto quanto o corpo e a Terra.     Brigid (que também deu seu nome à Brigantia, o reino Celta no todo do Norte da Inglaterra sobre a linha de Wash até Staffordshire) é um exemplo clássico de uma divindade pagã cristianizada com pouca tentativa de ocultar o fato – ou como Frazer coloca em O Ramo Dourado (pag.177), ela é “uma antiga deusa pagã da fertilidade, disfarçada em um manto cristão puído”. O Dia de Santa Brígida, Lá Fhéile Bríd (pronunciado aproximadamente ‘law ella breed’) na Irlanda, é em 1 de Fevereiro, a véspera do Imbolg.                                  

 A Santa Brígida histórica viveu cerca de 453-523 AD; mas suas lendas, características e lugares santos são aqueles da Deusa Brid, e os costumes folclóricos do Dia de Santa Brígida nas terras Celtas são evidentementes pré-cristãos. É significativo que Brigid seja conhecida como “a Maria do Gael”, pois como Maria ela transcende os dados biográficos humanos para atender ao ‘anseio pela forma-de-Deusa’ dos homens. A tradição, incidentalmente, diz que Santa Brígida foi trazida por um feiticeiro e que ela tinha o poder de multiplicar comida e bebida para alimentar os necessitados - incluindo a deliciosa habilidade de transformar a sua água de banho em cerveja.         A confecção das Cruzes de Santa Brígida de junco ou palha (e elas ainda são amplamente confeccionadas na Irlanda, tanto em casa como para as lojas de artesanato) ”é provavelmente derivada de uma antiga cerimônia pré-cristã relacionada à preparação das sementes para o cultivo na Primavera” (The Irish Times, de 1 de Fevereiro de 1977).              Na Escócia, na véspera do Dia de Santa Brígida, as mulheres da casa confeccionavam um fardo de aveia no molde de roupa de mulher e o depositavam num cesto chamado ‘cama de Brigid’, lado a lado com um bastão de forma fálica. Elas então chamariam três vezes: “Brid chegou, Brid é bemvinda!” e deixariam velas queimando próximas à ‘cama’ por toda a noite. Caso as impressões em relevo do bastão fossem encontradas nas cinzas do chão da lareira pela manhã, o ano seria frutífero e próspero. O antigo significado é claro: com o uso de símbolos apropriados, as mulheres da casa preparam um lugar para a Deusa e a recepcionam cordialmente, e convidam o Deus fertilizador para vir e a impregnar. Elas então se retirariam discretamente – e, quando a noite acabasse, retornariam para buscar por um sinal da visita do Deus (sua pegada próxima ao fogo da Deusa da Luz?). Se o sinal ali estiver, sua invocação terá sido bem sucedida, e o ano estará grávido da esperada doação. Na Irlanda, esta terra de poços mágicos (são listados mais de três mil poços santos irlandeses), há provavelmente mais poços de Brigid do que mesmo os de São Patrício - o que é dificilmente surpreendente, porque a senhora estava aqui primeiro há incontáveis séculos. Existe um tobar Bhríd (Poço de Brigid) quase uma milha de nossa primeira casa irlandesa, próximo a Ferns em County Wexford, num campo de fazenda na vizinhança; é uma fonte muito antiga, e sabe-se que a localidade foi sagrada para Brigid por bem uns mil anos, e sem dúvida por um tempo muito longo antes daquilo. O fazendeiro (lamentavelmente, por ele ser sensível à tradição) teve que tapar o poço com uma pedra porque ele se tornou um perigo para as crianças. Mas ele nos disse que sempre havia pedaços de tecido sendo vistos amarrados à arbustos próximos, postos ali secretamente por pessoas que invocavam a ajuda de Brid como eles assim tem feito por tempos imemoriais; e nós podemos, literalmente, ainda sentir o poder do lugar ao colocar nossas mãos sobre a pedra.

     Na antiga Roma, Fevereiro era tempo de purificação – Februarius mensis, ‘o mês da purificação ritual’. Em seu início vinha a Lupercalia, quando os Luperci, os sacerdotes de Pan corriam através das ruas nus exceto por faixas de pele de bode, portando também tiras de pele de bode em suas mãos. Com estas eles atacavam todo mundo que passava, e em particular mulheres casadas, as quais se acreditava seriam tornadas férteis deste modo. Esse ritual era popular como também aristocrático (está registrado que Marco Antônio teria desempenhado o papel de Lupercus) e sobreviveu por séculos dentro da era cristã. As mulheres desenvolveram o hábito de se despirem também, para permitir aos Luperci mais raio de ação. O Papa Gelasius I, que reinou entre 492-6 AD, baniu este ritual animadamente escandaloso e enfrentou tamanho tumulto que teve que pedir desculpas. Ele foi finalmente abolido no início do século seguinte.                                       Lupercalia à parte, a tradição da purificação de Fevereiro continuou forte. Doreen Valiente diz em the ABC of wichtcraft: “As sempre-verde (um tipo de planta) para decoração Yuletide eram compostas de Azevinho (tipo de planta), hera, mistletoe (tipo de planta), a bay (tipo de planta) de perfume adocicado e alecrim, e galhos verdes de árvores. Em Candlemas, tudo tinha que ser coletado e queimado, ou maus espíritos assombrariam a casa. Em outras palavras, naquela ocasião uma nova maré da vida tinha começado a fluir através do mundo da natureza,e as pessoas deviam se livrar do passado e olhar para o futuro. A purificação da primavera era originalmente um ritual da natureza”. Em algumas partes da Irlanda, nós achamos, existe uma tradição de deixar a árvore de Natal no lugar (despida de sua decoração, mas mantendo suas luzes) até Candlemas; caso ela mantivesse seus espinhos verdes, boa sorte e abundância são asseguradas pelo ano a seguir.              Uma outra estranha crença de Candlemas está propagada pelas Ilhas Britânicas, França, Alemanha e Espanha: que um bom tempo no Dia de Candlemas significa mais Inverno a chegar, porém mau tempo naquele dia significa que o Inverno acabou. Talvez este seja um tipo de reconhecimento de ‘madeira de toque’ do fato que Candlemas é o ponto de virada natural entre o Inverno e a Primavera, e assim ser impaciente sobre isto traz má sorte.   No Ritual de Candlemas do Livro das Sombras, a Suma Sacerdotisa invoca o Deus no Sumo Sacerdote, ao invés dele invocar a Deusa nela. Talvez isso também, como a tradição escocesa da ‘cama de Brigid’, seja realmente um convite sazonal para o Deus impregnar a Mãe Terra. Nós mantivemos este procedimento e retivemos a forma da invocação.                                                         O Livro das Sombras também menciona a Dança Volta (décimo-sexto século); mas gostaríamos de saber se o que é realmente significativo é a dança muito mais antiga das feiticeiras na qual o homem e a mulher entrelaçam os braços de costas um para o outro. Tivemos portanto utilizado esta dança mais antiga.                        Na tradição cristã, a Coroa de Luzes é muitas vezes portada por uma garota bem jovem, presumivelmente para simbolizar a extrema juventude do ano. Isso é perfeitamente válido, naturalmente; mas nós, com nosso encenamento da Deusa Tríplice preferimos designá-lo para a Mãe – porque é a Mãe Terra que é vivificada no Imbolg.   Neste dia, com a comemoração do Disting, os povos nórdicos "enterravam" a negatividade e as agruras do inverno, acendendo fogueiras nas encruzilhadas e purificavam a terra, salpicando sal e cinzas sobre ela.               A versão romana deste Sabbath (que originou a Treguenda relativa na Bruxaria Italiana) era a Lupercália e os alegres festejos para as Deusas Frebua, Diana e Vênus.                                                     Na maioria das Tradições da Wicca, nesta data, são feitas as Iniciações dos novos adeptos e as Confirmações das Sacerdotisas. Por ser Brigith uma Deusa da cura, padroeira das Fontes Sagradas, ela era invocada nos rituais de purificação e cura, sendo reverenciada nas Fontes a ela consagradas. Até hoje, em certos lugares da Grã-Bretanha e Irlanda, as pessoas amarram fitas ou pedaços de roupas nas árvores próximas às antigas Fontes Sagradas, atualmente dedicadas a Maria ou às santas católicas, orando para obter a cura de seus males.                            A atmosfera deste festival é marcada pelo despertar das sementes, dos novos planos e novos projetos, pela iniciação em um caminho espiritual ou em novas oportunidades, pela aceleração e renovação das energias, pela purificação e pelo renascimento material ou espiritual, pela busca de presságios e pela preparação para sua realização.      Imbolc é uma data propícia para despertar a criatividade e abrir-se para a inspiração por meio da poesia, canções, narrativas, desenho, cerâmica ou dança.

CALENDÁRIO PAGÃO: 31 DE JULHO


CALENDÁRIO PAGÃO: 31 DE JULHO



            Niman, cerimonia nativa norte-americana celebrando a colheita do milho e a despedida dos Kachinas. Começando ao nascer do sol e acabando ao anoitecer, as danças e as mimicas demonstram, de forma ritualística, a gratidão das pessoas pela ajuda dos Kachinas, os seres sobrenaturais que garantiam as chuvas e a abundancia nas colheitas.

            Oidhche Lugnasa, o festival do Pão Fresco, celebração celta da colheita dedicada à deusa Taiultu ou Tailtte e ao deus solar Lugh. Ela era uma antiga deusa irlandesa da Terra, mãe de Lugh. Ele, por sua vez, criou o festival de Lughnassadh para reverenciá-la. Antigamente, essas celebrações duravam quinze dias, sendo depois cristianizadas como a Festa da Colheita.
 LUGH

            Comemoração do deus nórdico Lóki e de sua consorte Sigyn. Na mitologia nórdica, Lóki representa o poder maligno, a força da erosão e as perdas inesperadas. É o padroeiro dos ladrões, dos embusteiros e dos  mentirosos. Sua filha Hel é a deusa do mundo subterrâneo e do reino dos mortos. Sigyn  ou Signy era uma deusa ancestral, guardiã das famílias e das tribos. Quando seu marido foi punido pelos deuses pela morte de Baldur, o lindo e inocente deus solar, Sugny diminuía o sofrimento de  Lóki coletando veneno da serpente suspensa sobre sua cabeça.



FONTE: O ANUÁRIO DA GRANDE MÃE

segunda-feira, 30 de julho de 2012

CALENDÁRIO PAGÃO: 30 DE JULHO


CALENDÁRIO PAGÃO: 30 DE JULHO



No Canadá, festival nativo Micmac, versão cristianizada da antiga celebração do Pai Céu e da Mãe Terra nas figuras de Santa Ana e do deus nativo Glooska. Acredita-se que aqueles que casam neste dia serão abençoados com amor e prosperidade. Neste dia, em Tarascon, na França, celebrava-se o festival anual Tarasque, no qual comemora-se a captura de um dragão cuspindo fogo. A multidão segue a imagem do dragão pelas ruas, tocando-o para se livrar do azar e atrair sorte. Celebração nativa norte-americana homenageando Tamaayawut, a deusa da Terra e criadora da vida e seu irmão Tuukumit, o deus do céu. Juntos, eles criaram todos os seres e toda a vida do mundo. Inspire-se na tradição xamânica para saudar o Pai Céu e a Mãe Terra. Abrace uma árvore, fundindo-se com seu tronco e enraizando firmemente seus pés na terra. Eleve seus braços e sua cabeça para o céu, percebendo a captação das energias cósmicas por meio de seus dedos. Inspire profundamente, sentindo o “prana” vitalizar seus chacras. Abra seu coração e perceba toda a conexão existente na natureza. Saúde seus “irmãos de criação” dos outros reinos e aja como mediador(a) entre as energias do céu e as da terra.



FONTE: O ANUÁRIO DA GRANDE MÃE