domingo, 22 de junho de 2014

AINE - RAINHA DO POVO DAS FADAS

AINE, DEUSA SOLAR IRLANDESA, RAINHA DO POVO DAS FADAS


“O povo das fadas” (chamado em gaélico de Sidhe), conhecido das lendas e mitos celtas é remanescente dos primitivos povos pré-celtas, que habitavam as Ilhas Britânicas desde a Idade de Bronze. Eles eram descendentes dos Tuatha de Danann, o “Povo da deusa Danu”, misteriosos seres míticos de natureza sutil, que conquistaram a Irlanda após vencerem os primeiros colonizadores- Fir Bolg,e que depois foram vencidos pelos Milesianos. Com a mudança das crenças religiosas e espirituais, os Tuatha de Danann não mais recebiam a sustentação da sua egrégora pelo reconhecimento e a gratidão dos seres humanos perante os seus dons e se afastaram cada vez mais da dimensão material, tecendo um véu de invisibilidade ao redor do seu mundo. Para se protegerem da violência das guerras - sendo eles seres pacíficos - se retiraram para outra dimensão, sutil, a ilha mágica Tyr na n'Og, “A terra debaixo das águas”, situada no Oeste da Irlanda e invisível aos homens. Uma parte deles se refugiou nas montanhas, colinas, florestas e grutas e as repartiu entre si, sendo conhecidos como “O velho povo, Os bons vizinhos, O povo das colinas”, Fairy people ou Fay e suas moradas (barrows) nas colinas ou elevações de terra chamadas de side ou sidhe (pronunciasse “chee”), nome que aos poucos passou a ser confundido com os próprios seres.
A comprovação deste fato encontra-se na crença comum entre as diversas nações celtas sobre a existência de uma raça de seres sutis, obrigada pelas tribos invasoras a se retirar para o “Outro mundo”, descrito como uma dimensão subterrânea, dentro das colinas ou câmaras subterrâneas neolíticas (burial chamber), ou que tinham ido “além-mar”. Pelo fato que os Sidhe moravam nas câmaras subterrâneas – que eram usadas para o enterro dos reis - ao longo dos tempos eles passaram a serem confundidos com os espíritos ancestrais e denominados de Bean-sidhe ou Banshee, que anunciavam a morte de parentes e apareciam nas suas vigílias pranteando.
Os Sidhe eram formados por vários grupos ou ordens, distintas umas das outras, mas que funcionavam como uma coletividade. As terras ocupadas pelos seres feéricos foram chamadas de Fairyland, “a terra das fadas” e seus caminhos e trilhas, imbuídos de energia mágica e telúrica, ficaram conhecidos como ley lines, as linhas de energia da terra, sobre as quais não deveriam ser construídas edificações humanas sob o perigo de eclodirem acontecimentos estranhos ou perniciosos à saúde. Os locais sagrados dos Sidhe eram marcados por círculos de pedras, de grama mais verde ou de cogumelos e deviam ser respeitados e evitados pelos seres humanos. No nível mágico, os Sidhe conheciam e manipulavam os poderes dos elementos e por isso, com o passar do tempo e o esquecimento da sua verdadeira origem e poder, eles foram reduzidos às figuras elementais com nomes diferentes em função do elemento em que habitavam ou regiam. Nos contos de fadas lhes foi atribuído o papel de “fadas madrinhas”, conselheiras e protetoras individuais.
Sidhe para os irlandeses representa o estado intermediário entre um mundo real e o sobrenatural, povoado por seres sutis, etéreos, dificilmente visíveis pelos seres humanos,
devido às vibrações densas do mundo material. Com o advento do cristianismo e sua perseguição e proibição, eles esmaeceram na memória do povo, sendo denominados fadas, duendes e representações malignas do folclore, que viviam em outras dimensões entre o mundo material e espiritual. Contudo, seu fundamento psicológico nunca se perdeu e os mistérios ocultos nos contos de fadas e nas crenças populares conservam as reminiscências do antigo culto.
Aos poucos, as fadas ficaram restritas ao folclore anglo-saxão e celta, conhecidas como protetoras e guardiãs das árvores, flores ou jardins, confundindo-se depois com outras entidades sobrenaturais e, às vezes, sendo consideradas magas e feiticeiras. Foram descritos muitos tipos, desde as belas fadas das flores, árvores, lagos e rios, os simpáticos gnomos protetores das moradias, até as entidades perigosas com dentes pontiagudos e garras afiadas.
Presentes em todas as formas e manifestações da natureza, as fadas fizeram parte das lendas e do folclore de vários países, mas nenhum povo como o irlandês conseguiu captar, conhecer e compreender tão bem os Fays, provavelmente por serem seus descendentes. O mundo feérico das fadas ainda vive nas crenças e rituais dos camponeses da Irlanda, País de Gales, Escócia, Inglaterra e Bretanha e conta-se que vários mortais tiveram contato com o povo das fadas, aprendendo delas a arte da poesia, música, dança, metalurgia, tecelagem, magia e cura. A Irlanda até hoje é habitada por duas raças: a visível, dos celtas, e a invisível dos Sidhe, mas que podia ser vista e “visitada” pelos clarividentes e magos. As divindades mais conhecidas, consideradas o “Rei” e a “Rainha das Fadas” são a deusa Aine (pronuncia-se Onyá ou Oine), a regente da fertilidade e o deus Gwynn Ap Nudd (pronuncia-se guin ap niid), o “Senhor do Outro Mundo”.
Aine é uma deusa arcaica da Irlanda, originariamente uma deusa solar, soberana da luz, da fertilidade da terra e do amor, cujo nome significava “prazer, alegria, esplendor”, celebrada no Solstício de Verão e que sobreviveu às perseguições cristãs ao ser transformada nas lendas em uma “Fada Rainha”. Apesar de deusa tutelar da província de Munster do Sudeste da Irlanda, muito pouco foi preservado das suas lendas; mesmo assim o seu culto perdurou até o século 20 mas ela jamais foi santificada ou mencionada pela igreja cristã. Os costumes a ela associados continuaram até 1970, preservando sua autêntica essência pagã, os camponeses caminhando com tochas acesas pelos campos plantados invocando o calor e a luz de Aine para a abundância das colheitas.
As mulheres idosas queimavam ervas aromáticas para purificar as casas e afastar as doenças. Aine é irmã gêmea de Grian, a “Rainha dos Elfos” e também foi considerada como um dos aspectos da Deusa Mãe celta Ana, Anu, Danu ou Don. Grian e Aine alternavam-se na regência do ciclo solar na Roda do Ano, trocando de lugar a cada solstício. Aine foi mencionada pela primeira vez em 890-910 no dicionário Sanas Cormaic com explicações em latim da etimologia dos termos irlandeses. Mais tarde, apareceram menções no século XII no livro Táin Bó Cúailnge e no século XV em Cath Finntrágha sobre a relação da Deusa com os cairns e resquícios neolíticos encontrados em duas colinas, perto de Lough Gur, consagradas à Deusa, onde ainda hoje ocorrem ritos em honra à deusa Aine. Uma colina, a três milhas a sudoeste do lago é chamada Knockaine (em homenagem à deusa) e lá se encontra uma pedra que confere inspiração poética a seus devotos merecedores e leva à loucura àqueles que forem punidos pela falta de respeito com os lugares sagrados. Do topo da colina podem ser avistados inúmeros locais associados com seres míticos, detalhes topográficos do mito de Aine (como os castelos dos reis) e das batalhas reais entre conquistadores e nativos.
Existem muitas controvérsias a respeito da sua origem, alguns pesquisadores a consideram filha de Eogabail, um rei dos seres míticos Tuatha de Dannan, que teria sido o filho adotivo do deus do mar Manannan Mac Lir, outras vezes como sendo esposa e algumas vezes filha dele. Como Rainha dos reinos encantados Aine pertencia aos Tuatha de Dannann e aos Sidhe e era conhecida como Lenan Sidhe, a amada ou Ain Cliar, a luminosa. Inúmeros lugares eram dedicados a Aine na Irlanda como Knoc Áine (Condado de Limerick), Tobar Áine (Condado
de Tyrone), Dun Áine (Condado de Louth), Lios Áine (Condado de Derry). Com o nome de Aine Marine e Aine of Knockaine, ela é associada com Knoc Aine/Knockaine, a sua colina em Munster. Na literatura ela foi descrita como uma “Rainha das Fadas”, a mais famosa sendo Titânia, da peça “O sonho de uma noite de verão” de Shakespeare.

                Assim como outras deusas celtas, Aine tem diversos aspectos associados a diferentes coisas e atributos, sendo regente do Sol, junto com suas irmãs Fenne e Grainne e também das fases lunares. Como deusa tríplice, sua face de Donzela era tanto generosa, quanto vingativa, recompensando os devotos com o presente da inspiração poética ou os punindo com a loucura,
se tivesse sido ofendida ou menosprezada. Ela era invocada geralmente para ajudar, mas se fosse desrespeitada, a sua vingança não tardava. Como Mãe, era associada aos lagos e poços sagrados, cujos mananciais possuem poderes curativos, a fonte dedicada a ela Tobar-na-Aine era renomada pelos poderes curativos. A sua intensa sexualidade a tornou inimiga da igreja cristã, sendo vista como uma ameaça ao matrimônio e à castidade. Mesmo que o simbolismo relacionado com a Deusa Mãe tenha sido esquecido quase por completo desde que começaram os ritos cristãos nas igrejas, o ato de invocação da vida nunca enfraqueceu e ela era reverenciada como protetora da gravidez e das mulheres, punindo aqueles que as tivessem ofendido, agredido, perseguido ou violentado. Como Deusa Escura é regente do teixo, Aine era considerada a “Anciã de Knockaine”, caridosa com aqueles que lhe pediam ajuda, mas vingativa com quem a explorava pela má fé. Por ser uma deusa detentora do poder da vida e da morte, Aine podia aparecer para os homens como uma mulher sábia de rara beleza, qualificada como sidhe leannan, ou seja, “uma amante-fada-fatal” que exercia tal atração sobre os homens, que eles sucumbiam aos seus encantos e muitas vezes não sobreviviam. As mais dramáticas e poéticas histórias do folclore celta são as que relatam o amor entre mortais e os seres sobrenaturais, mas que não perduram devido a certos tabus, maldições, diferenças de vibrações e costumes.
Acredita-se que a “amante-fada-fatal” ainda se manifesta nos dias de hoje e quando escolhe um homem mortal, este está fadado à morte certa, pois esta é a única maneira viável para que os dois possam ficar juntos e concretizar seu grande amor. Existem muitas lendas sobre as escapadas amorosas de Aine, às vezes ela casava com jovens vigorosos e tinha filhos “encantados”, que dela recebiam o poder de ver o “Povo das Fadas” com a ajuda de um anel mágico. Quando ela se apaixonou pelo jovem e belo herói Fionn, ela jurou que jamais iria amar um homem com cabelos grisalhos. Mas uma das suas irmãs também amava Fionn e através de um encantamento conseguiu que seus cabelos ficassem grisalhos, mesmo ele continuando jovem. Fiel à sua geasa (promessa mágica) Aine afastou o herói.  Segundo outra, entre tantas lendas, conta que Aine estava sentada nas margens do lago Lough Gur, penteando seus longos cabelos dourados, quando Gerold, o Conde de Desmond, a viu e sentindo-se fortemente atraído por ela, roubou-lhe o manto dourado e só o devolveu, quando ela concordou em casar-se com ele. Desta união nasceu Geroid Iarla ou Earl Gerald, denominado "O Mago"; após o nascimento do menino, Aine impôs ao Conde Desmond, um tabu que o impedia expressar surpresa a qualquer coisa que o filho fizesse. Entretanto, ele quebrou tal tabu, exclamando alto quando viu o filho entrando e saindo de um frasco, fato que desfez o encanto e Aine recuperou sua liberdade. Aine dirigiu-se para a colina de Knockaine, transformando-se em um cisne; dizem que é lá que ela ainda reside em seu castelo encantado, cercada por Fadas. Em outra versão, ela se recolheu na ilha Garrod no lago Lough Gur no condado de Limerick e Gerald depois transformou-se em um ganso selvagem que voou alto seguindo o rio Lough, encontrando repouso no castelo da mãe. Lough Gur era um antigo sitio sagrado pré-histórico, com reminiscências de câmaras subterrâneas, grutas e círculos de pedras do período neolítico ao seu redor, onde foram encontrados restos de oferendas votivas e grãos.
Outra lenda descreve como Gerald vivia abaixo das águas do lago, de onde saia cada sete anos cavalgando ao redor do lago até gastar as ferraduras de prata do seu cavalo, dia em que ele voltará para expulsar estrangeiros e malfeitores da Irlanda. Dizia-se também que de sete em sete anos ele emergia das águas como um fantasma montado em um cavalo branco; o lago sumia dentro da terra aparecendo no seu lugar uma árvore sobrenatural, coberta com tecidos verdes e guardada por uma anciã, que tinha o poder de elevar as águas do lago se a árvore corresse perigo.
Em outra lenda, o rei Ailill matou Egbal, o pai de Aine e a violentou, mas ela relutou e arrancou sua orelha, o que lhe ocasionou o apelido de Ailill-sem-orelha. Aine jurou se vingar e após um tempo, Ailill foi morto por ela com uma poderosa magia, da mesma forma como se vingou de outro rei, que também a ofendeu. Seu filho Egan - que nasceu após ela ser violentada por Aillil - se tornou rei de Munster e fundador de uma famosa dinastia. Muitas famílias de Munster com o sobrenome de O'Corra ainda acreditam que são descendentes de Aine, por eles venerada como a melhor e mais bondosa deusa. Existem muitas situações que se repetem ao longo da história celta, em que uma deusa ou rainha é violentada e conquistada por um rei, simbolizando o domínio dos invasores sobre a população nativa e a decorrente vingança da terra quando maltratada ou destruída. Em todas estas lendas percebe-se como a determinação, engenhosidade e paciência de Aine ou de outras deusas ou rainhas, as ajudaram se libertar das
imposições patriarcais. Aine tinha o poder de metamorfose, se transformando tanto em um cisne branco, quanto em uma égua vermelha de nome Lair Derg, e que ninguém conseguia alcançá-la. Acreditava-se que na noite do Solstício de Verão, moças virgens, que pernoitassem na colina de Knockaine, poderiam ver a Rainha das Fadas passando com toda a sua comitiva. O mundo das fadas só se tornava visível pelos portais mágicos, chamados “anéis de fada”, círculos
marcados na grama ou no meio de árvores, que eram indicados pela própria Aine. Uma gruta de Knockaddon supunha-se ser ligada a Tir na n'og (o “Outro Mundo” celta) e de lá Aine chegava no Lammas para dar à luz a um feixe de grãos, o seu filho Eithne (o termo gaélico para grãos). Três dias no ano eram dedicados à ela: a primeira sexta-feira, sábado e domingo após o Sabbat de Lammas. Era nestes dias que ela retornava como uma mulher sábia, que ensinava aos homens como caminhar em união e amor sobre a terra, domínio da sua mãe, a deusa Danu. No Sabbat Samhain dizia-se que Aine saia das suas colinas cavalgando um touro vermelho e era reverenciada com fogueiras acesas em todas as colinas sagradas. Sendo associada com os Sabbats, Aine podia se manifestar como a Donzela da primavera, a Mãe das colheitas e a Anciã do mundo subterrâneo. Como Donzela aparecia também como uma sereia, que penteava seus longos cabelos com um pente de ouro na margem do lago, continuando a fazer isso até o pente ia ser gasto e seu cabelos ficando brancos. Nos dias dedicados a Aine era proibido derramar sangue, para que a centelha vital não se esvaísse do corpo de outros animais ou doentes. Às vezes ela era vista numa barco junto com seu pai Manannan ajudando os marinheiros perdidos. Durante a  grande fome ocasionada pela crise irlandesa das batatas, Aine aparecia no topo da sua colina entregando comida para os famintos.

Aine era invocada no Solstício de verão na colina de Knockaine para ritos de amor, fertilidade e abundância das colheitas, prosperidade das pessoas, separações e desfechos dolorosos nas relações amorosas. Ela ampliava a visão e podia facilitar o contato com o mundo das Fadas, potencializando os poderes mágicos e extrassensoriais. Os camponeses saiam em procissão após acenderem as fogueiras na sua colina e caminhavam pelos campos com tochas acesas, feitas com feixes de palhas e ervas solares amarrados em postes. Eles purificavam os campos e o gado com as chamas, pedindo proteção e fertilidade e esperavam que Aine e os Sidhe aparecessem para eles, abrindo um portal para o Outro Mundo. As cinzas das fogueiras eram espalhadas depois nos campos para atrair fertilidade. Nas noites de lua cheia, os doentes eram levados para se banharem no Lough Gur; se até o nono dia eles não se curavam, as pessoas sabiam que em breve iriam ouvir o canto das ancestrais Banshee, prenunciando-lhes um sono profundo e sem dor, durante qual iam passar para o reino dos Sidhe. Após a sua passagem, havia uma vigília prolongada, quando os familiares se reuniam entoando os cantos de lamento chamados keenings, dádiva das banshees. As mulheres idosas honram ainda Aine no Samhain e Litha e queimam ervas aromáticas para purificar as casas e afastar as doenças. Elas acreditam que foi Aine que impregnou o aroma nas flores e frutos e que seu brilho aquece os corpos e ilumina as almas. Apesar da sua memoria ter se perdido na bruma dos tempos, os velhos costumes e tradições guardados no folclore são resgatados por pesquisadores e adeptos atuais das tradições celtas. Cada ano, um número maior de pessoas se reúne no solstício de verão na colina Knockaine, saúda o nascer do sol e homenageia Aine, “A Brilhante” com canções, orações e oferendas de flores, grãos e leite.
A mensagem que Aine traz para as mulheres atuais é acreditar no seu próprio poder, firme e forte, mas envolto na cor diáfana da suavidade amorosa. Ela nutre o corpo e o espírito com calor e luz, sendo protetora da natureza vegetal, animal e humana. Aine confere fertilidade física, mental e espiritual, apoia e incentiva o alcance dos sonhos e ambições com palavras que poderiam ser resumidas nesta frase: ”arrisque-se e coloque o desejo do seu coração em ação!”. Mesmo quando os planos iniciais não se concretizaram, a mulher deve seguir adiante, com coragem e confiança, sem permitir que opiniões e movimentos alheios impeçam a busca dos seus objetivos. Ficar parada ou lamentar perdas e fracassos não leva a nada e o tempo passa sem perceber, deixando para trás lamentos, remorsos e inação. São as perdas e fracassos do passado que nos ensinam a viver melhor, não se pode julgar uma decisão passada com o discernimento do presente, pois as decisões são tomadas com a consciência do momento. É importante saber qual é a missão que a mulher veio realizar no mundo e se empenhar para cumpri-la, com todas as suas forças. “Confiar, se preparar e agir” é o legado deixado por Aine para as mulheres; após ter refletido, tomado uma decisão e estabelecido um plano de ação, deve ser dado inicio ao caminho escolhido, com pequenos e cautelosos passos, sem parar, titubear ou recuar. Com a ajuda de Aine, as mulheres podem resgatar, diversificar e expressar o ilimitado potencial da natureza e essência feminina.
Aine pode ser invocada em ritos de amor, fertilidade, na gravidez, magia natural com a ajuda das fadas, abundância, prosperidade, separação dolorosa, para punir traições e ofensas das mulheres por homens, quebras de promessas e exploração da terra. Ela amplia nossa visão e pode facilitar o contato com os mundos sutis; por dominar as artes mágicas, Aine auxilia a potencializar os dons mágicos e extrassensoriais, sendo-lhe atribuído o poder da energia vital, a centelha sagrada que sustenta os seres vivos.

Seus símbolos mágicos são: égua vermelha, lebre, gado, ganso selvagem, cisne, plantações férteis, bastão, sinos, flores, trevo de três folhas, madressilva, angélica, amoras, sabugueiro, linho, alho, artemísia, lavanda, urtiga, hera, visco, azevinho, bétula, freixo, teixo, carvalho, fitas multicoloridas e harpa.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

YULE - SOLSTICIO DE INVERNO



    Também conhecido como Natal, Ritual de Inverno, Meio do Inverno, Yule e Alban Arthan, o Sabbat do Solstício do Inverno é a noite mais longa do ano, marcando a época em que os dias começam a crescer, e as horas de escuridão a diminuir. é o festival do renascimento do sol e o tempo de glorificar o Deus. (O aspecto do Deus invocado nesse Sabbat por certas tradições wiccanas é Frey, o deus escandinavo da fertilidade, deidade associada à paz e à prosperidade.) São também celebrados o amor, a união da família e as realizações do ano que passou.Yule é o momento na Roda do Ano no qual o Rei do Azevinho (Senhor das Sombras) é vencido pelo Rei do Carvalho (o Rei do Sol, a Criança da Promessa) que chega.
   É impossível discutir as Tradições de Yule sem mencionar o Natal. Muitos dos costumes de Yule foram absorvidos pela Igreja Cristã, quando o Catolicismo tentava se estabelecer na Europa. O Natal Cristão já foi festejado em várias datas diferentes no decorrer do século, mas se estabeleceu no dia 25 de dezembro, pois associou muitos dos costumes da antiga e milenar celebração do Solstício de Inverno, que ocorre por volta de 21 de dezembro no hemisfério Norte. As Tradições Cristãs dizem que Maria deu à luz Jesus no vigésimo quinto dia, mas não confirma de qual mês. Finalmente em 320 d.C., a Igreja Católica decidiu marcar o nascimento de Cristo em dezembro para absorver o culto sagrado do Solstício de Inverno dos celtas e saxões.
   O Nascimento de um Deus no Solstício de Inverno não é exclusivo do Catolicismo, pois muitos “bebês divinos” nasceram nesta época. Mistras é um exemplo claro disso.

   Há muitas práticas que são utilizadas por Cristãos hoje que possuem origens essencialmente Pagãs. A Árvore de Natal, decorada com bolas e uma estrela no topo, não é nada mais nada menos que a antiga árvore que os Pagãos decoravam nos tempos ancestrais com velas, comidas e bolas coloridas (símbolos fálicos relacionados ao Deus) encimada por um Pentagrama, o símbolo da Bruxaria. As guirlandas, o azevinho, a Tora de Yule (Yule Log) queimando no fogo são todos costumes Pagãos. Yule, o Solstício de Inverno, acontece por volta de 21 de dezembro no hemisfério Norte e por volta de 21 de junho no hemisfério Sul. O Sol agora encontra-se no seu ponto mais afastado da Terra, por isso é a noite mais longa do ano.  
   A Tradição da Árvore de Natal tem origem nas celebrações Pagãs de Yule, nas quais as famílias traziam uma árvore verde para dentro de casa para que os espíritos da Natureza tivessem um lugar confortável para permanecer durante o Inverno frio. Sinos eram colocados nos galhos da árvore. Os espíritos da Natureza eram presenteados e as pessoas pediam aos elementais que as mantivessem tão vivas e fortes durante o Inverno como a árvore que recebia lindos enfeites.    O pinheiro sempre esteve associado com a Grande Deusa. As luzes e os ornamentos, como Sol, Lua e estrelas que faziam parte da decoração das árvores, representavam os espíritos que eram lembrados no final de cada ano. Presentes era colocados aos pés da árvore para as Divindades e isso resultou na moderna troca de presentes da atual festa natalina.    As cores tradicionais do Natal, verde e vermelho, também são de origem Pagã, já que esse é um Sabbath que celebra o fogo (vermelho) e usa uma Tora de Yule (verde). Um pedaço de tronco que havia sido preservado durante todo o decorrer do ano era queimado, enquanto um outro novo era enfeitado e guardado para proteger toda casa durante o ano que viria. Os troncos geralmente eram decorados com símbolos que representassem o que as pessoas queiram atrair para sua vida.    Muitos Pagãos celebram Yule com o festival da Luz, que comemora a Deusa como Mãe que dá nascimento ao Deus Sol, a Criança da Promessa. Outros celebram a vitória do Deus da Luz (Rei do Carvalho) sobre o Rei das Sombras (Rei do Azevinho), pois a partir desse momento os dias se tornarão visivelmente mais longos com o passar do tempo, mesmo com frio.
   Esse Sabbath representa o retorno da luz. Aqui, na noite mais escura e fria do ano, a Deusa dá nascimento à Criança do Sol e as esperanças renascem, e Ele trará calor e fertilidade à Terra. Yule é o tempo de celebrar o Deus Cornífero. Nesse dia, muitas tradições Pagãs se despedem da Deusa e dão boas-vindas ao Deus, que governará a metade clara do ano.
   Em tempos antigos pequenas bonecas de milho eram carregadas de casa em casa com canções típicas de Yule. Os primeiros Pagãos acreditavam que esse ato traria as bênçãos da Deusa às casas que fossem vistiadas pelas Corn Dollies.
   Era um tempo ideal para colher o visco, considerado muito mágico para os Antigos Druidas, que o chamavam de o “Ramos Dourado”. Os druidas acreditavam que o visco possuía grandes poderes de cura e possibilitava ao homem mortal acessar o Outro Mundo. O visco é um dos símbolos fálicos do Deus e possui esse significado baseado na idéia de que as bagas brancas representam o Divino sêmen do Deus, em contraste às bagas vermelhas do azevinho, semelhantes ao sangue menstrual da Deusa. O visco representa a simbólica substância divina e o senso de imortalidade que todos precisam possuir nos tempos de Yule.    A tradição da Tora de Yule perseverou até os dias atuais entre as Bruxas, que fazem três buracos ao longe de um pequeno tronco e colocam três velas em cada buraco, uma branca, uma vermelha e uma preta para simbolizar a Deusa Tríplice. A Tora de Yule também é decorada com azevinho sempre verde para simbolizar a união da Deusa e do Deus.    Em Yule a casa era decorada com azevinho, representando a metade escura do ano, para celebrar o fim da escuridão da Terra.
    Para os antigos celtas, celebrar o Solstício de Inverno era o mesmo que reafirmar a continuação da vida, pois Yule é o tempo de celebrar o espírito da Terra, pedindo coragem para enfrentar os obstáculos e dificuldades que atravessaremos até a chegada da Primavera. É o momento de contar histórias, cantar e dançar com a família, celebrando a vida e a união.
   O tema principal desse Sabbath é a Luz em todas as suas manifestações, seja o fogo da lareira, seja de uma fogueira, de velas, etc. A Luz nesse Sabbath torna-se um elemento mágico capaz de ajudar o Sol a retornar para a Terra, para nossa vida, corações e mentes.
    Colocar bolos nos galhos das macieiras mais velhas do pomar e derramar sidra como uma libação consistiam num antigo costume pagão deste Sabbath praticado na Inglaterra e conhecido como "beber à saúde das árvores do pomar". Diz-se que a cidra era um substituto do sangue humano ou animal oferecido nos tempos primitivos como parte de um rito de fertilidade do Solstício do Inverno. Após oferecer um brinde à mais saudável das macieiras e agradecer a ela por produzir frutos, os fazendeiros ordenavam às árvores que continuassem a produzir abundantemente.

domingo, 15 de junho de 2014

Chá para dor de garganta

Dica de Bruxa para a dor de garganta: 

Material necessário: mel, limão e gengibre

Preparo: coloque o limão cortado em fatias e o gengibre picado dentro de um vidro, encha o vidro com mel, mas faça-o de maneira a que todo o mel esteja em contato com algum bocado de limão ou gengibre.
Deixe repousar por 7  para que todas as suas propriedades curativas sejam absorvidas.
Quando necessitar, faça um chá com uma colher desta mistura e dissolve-la em água fervente.


HESTIA E VESTA - AS GUARDIÃS DA CHAMA SAGRADA

HÉSTIA E VESTA – As Guardiãs da Chama Sagrada



Héstia era a filha primogênita do casal de Titãs Rhea e Chronos, considerada uma das doze divindades olímpicas, mas que cedeu seu lugar no Monte Olimpo para o deus Dionísio, pedindo em troca o direito de permanecer virgem. Apesar da sua importância como deusa guardiã da lareira, da família e da comunidade, Héstia não tinha um templo específico, nem foi “personificada” em imagens ou estátuas. Mesmo “invisível” no plano físico, Ela era a mais presente divindade na vida humana sendo representada pela luz e o calor do fogo, honrada em cada casa, cidade e nos templos dedicados aos outros deuses. O fogo aceso nos altares dos templos e nas lareiras das moradias era o pedido e o convite para que Héstia se tornasse presente, trazendo as bênçãos da iluminação. Héstia não tinha rituais específicos, a veneração da chama sagrada sendo a maneira antiga e atual para que Ela seja reverenciada e invocada.
Ela recebia as honras em primeiro e último lugar, devido aos direitos especiais do seu nascimento e renascimento. Conta o mito que à medida que a deusa Rhea dava à luz aos seus filhos, Chronos os engolia, por temer ser por eles destronado. Quando Zeus nasceu, Rhea conseguiu enganar Chronos dando-lhe uma pedra enrolada em panos para engolir e escondeu Zeus na gruta do Monte Ida onde foi criado por sacerdotes e amamentado pela cabra Amalthea. Quando se tornou adulto, Zeus deu um vomitório para Chronos para expelir todos os filhos por ele engolidos; a última a ser devolvida foi a primogênita Héstia, daí seu título de “a primeira e a última”.
Diferente das outras divindades, Héstia jamais participou nas disputas ou intrigas entre os deuses, nem nas guerras promovidas pelos seus irmãos, adquirindo assim o direito de ser reverenciada como o centro da casa e do templo e receber as honras e oferendas em primeiro e último lugar. Por ter imposto sua vontade de permanecer “virgem” e jamais aceitar um homem na sua vida, Ela (assim como Ártemis e Athena) era invulnerável às flechas de Eros e aos feitiços de amor de Afrodite.
Poucos escritos existem sobre Héstia, a principal fonte de informação está nos hinos do poeta Homero. A sua importância para o povo grego estendia-se além das reverências e oferendas a Ela dedicadas, que eram feitas antes de cada refeição ou ritual. Pedia-se sua bênção para o fortalecimento da unidade familiar; para isso, quando uma mulher casava, sua mãe levava uma tocha acesa na lareira da casa materna para consagrar a moradia dos recém casados. Este ritual mostra a importância da continuidade da energia ancestral feminina e do elo entre mãe e filha. Quando uma criança nascia e tinha cinco dias de vida, a família se reunia ao redor da lareira e ela era apresentada à Héstia, pedindo Sua bênção e permissão para a admissão no clã familiar.
Além de ser o elo entre humanos e o plano divino, Héstia também era a protetora dos templos e das comunidades. O estado era uma continuação da família e cada cidade tinha nos templos um santuário chamado Prytantis e uma lareira dedicada à Héstia, zelada pelas sacerdotisas chamadas Prytantes. Visitantes e viajantes pediam as bênçãos para sua estadia ou viagem nestes santuários e os suplicantes e foragidos neles encontravam asilo e proteção. Do templo principal era levada a chama para abençoar as novas cidades e colônias e acender novas lareiras, Héstia sendo o elo que ligava o lar ancestral da capital para os confins do império, da mesma maneira como era feito com a continuidade do fogo materno para os descendentes.
Como arquétipo Héstia representa a essência (em grego a palavra é essia), o centro da psique, a própria chama interior da natureza divina. Ela também simboliza a energia feminina invisível que permeia um lugar ou situação, tornando este local sagrado.
Como deusa virgem personifica o conceito da autossuficiência, ou seja, “ser completa em si mesma” sem precisar da presença de um pai, marido, filho ou amante. Nesta condição podia seguir seus próprios valores e caminhos, sem lutar pelo poder, sem ter que se submeter à autoridade masculina ou fazer concessões.
O termo latino para “lareira” é focus e na interpretação astrológica o asteróide Vesta define a capacidade de focalização e concentração em um determinado objetivo, o que exige a prática do silêncio, introspecção e meditação. Para as mulheres marcadas por sua influência (seja pela presença relevante do asteróide no mapa natal ou através de uma conexão voluntária) o estado de contemplação e as práticas de focalização tornam-se mais fáceis. Mesmo atividades corriqueiras ou afazeres de casa  podem ser um meio para ordenar pensamentos e silenciar a mente, encontrando assim momentos de quietude, introspecção e harmonia interior. Conectando-se com a energia de Héstia, a agitação e pressa, a habitual cobrança e o senso exagerado do dever e fazer tornam-se menos importantes; realça-se assim o valor e a necessidade de estar conscientemente no “aqui e agora”. Cada vez que uma mulher cria ordem, beleza, paz e harmonia em um ambiente, ela consagra este espaço.
Desde a pré-história o fogo era o centro da vida comunitária, além de fornecer luz e calor era o ponto de encontro dos clãs e dos conselhos de anciãos, sendo também um símbolo de hospitalidade e proteção. Para as mulheres contemporâneas momentos de solidão e de silêncio são requisitos necessários para o centramento e as práticas espirituais. Apesar do ritmo agitado da vida e das pressões e exigências modernas, as mulheres que
buscam seu crescimento e evolução espiritual, não precisam ir para o longínquo Avalon, nem se retirar em um mosteiro ou ashram. Basta criar um tempo e espaço sagrados, formar um grupo ou círculo junto com outras mulheres, tendo um propósito e um centro espiritual e permanecendo em silêncio e meditação. O mergulho no âmago das essências individuais possibilita encontrar a conexão e a força nutridora de Héstia. A representação do centro pode ser uma vela ou lamparina, um cristal, uma mandala ou imagem da luz divina.
A versão romana de Héstia era personificada por Vesta e seus cultos diferiam em alguns aspectos. Vesta também era uma força sagrada estabilizadora e centralizadora, protetora das famílias e cidades. No entanto, suas sacerdotisas - as Vestais - tinham maior prestígio e atuação do que as Prytantes, os romanos tendo um maior número de festividades públicas para reverenciar Vesta do que os gregos, onde o culto era concentrado nos lares. O fogo sagrado de Vesta era velado no Fórum Romanum por seis Vestais em um templo esférico que reproduzia a Terra e cujo perímetro era proibido aos homens após o anoitecer. As Vestais eram escolhidas entre as filhas de famílias nobres e elas deviam servir por trinta anos, dos quais dez eram de aprendizagem, mais dez de sacerdócio e os últimos para ensinar as novas vestais. Elas deviam manter sua castidade sendo submetidas a regras severas e caso infringissem seu voto, eram enterradas vivas. Como recompensas recebiam alguns privilégios: convites para jantares com autoridades, os melhores lugares nos teatros e arenas, passeios de carruagem; elas não eram submetidas à autoridade paterna podendo possuir bens, e, depois dos trinta anos de serviço, podiam casar. Por serem consideradas imbuídas de poderes especiais, eram honradas por todos e podiam perdoar condenados caso passassem perto deles. Sua pureza era considerada a garantia da segurança e salvação de Roma e por isso vigiada em permanência pelo Sumo Pontífice. Com o passar do tempo as vestais se tornaram “bodes expiatórios” e usados para fins políticos, lhes sendo atribuídas as causas de desastres naturais ou as derrotas nas batalhas, por – supostamente- terem infringido seus deveres e quebrado o voto de castidade. Nas festividades de Vestália - que duravam de 7 a 15 de junho - as matronas romanas descalças e veladas seguiam em peregrinação para levar o pão por elas assado como oferenda para os templos. No final do festival, as Vestais fechavam o templo, o lavavam e abriam depois com um banquete oferecido às divindades com a presença exclusiva de mulheres. Uma vez por ano, no dia primeiro de março, o fogo sagrado era apagado e novamente acesso ritualisticamente pela fricção de dois paus, revelando o simbolismo oculto de Vesta como deusa geradora e sustentadora das mulheres e das famílias.
Atualmente perdemos o respeito pela continuidade da união familiar com a reverência e gratidão ao sagrado antes das refeições. Vivemos na era do fast food com todas as suas conseqüências nefastas: falta de diálogo e convívio entre pais e filhos, distúrbios alimentares, diabetes, obesidade. Por não mais honrar e ancorar a energia unificadora e protetora de Héstia no nosso cotidiano, negando o lugar de honra do Seu fogo sagrado nas nossas casas, canalizamos o aspecto sombrio e destrutivo do fogo que se manifesta no superaquecimento global, nos desequilíbrios e conflitos religiosos, na falta de respeito e de reverência perante o sagrado e a natureza.

No entanto o arquétipo de Héstia permanece esquecido e ocultado no nosso inconsciente e caberá a nós - mulheres conscientes da nossa força e missão espiritual – reacender o fogo sagrado, em nós, nas nossas vidas e famílias. Para isso precisamos encontrar novas formas de manter a união e harmonia familiar, cuidando da alimentação saudável dos filhos, evitando a poluição ambiental e mental pelo consumismo, a invasão das comidas refinadas e processadas. Podemos e devemos criar singelos momentos de silêncio e de gratidão pelo pão diário, em uma oração conjunta nas refeições ou ao redor da chama de uma vela.
O nosso desafio como mulheres, filhas, esposas ou mães é saber como combinar as exigências do mundo externo, estressante e caótico, com a missão ancestral de cuidar da casa, da harmonia familiar e da manutenção da chama sagrada. A resposta se encontra nos pequenos gestos: ficar junto para conversar sem olhar TV ou ler jornal, incentivar encontros familiares em datas sagradas, informar-se sobre os alimentos saudáveis, mobilizar pessoas para grupos de estudo e oração, preservar a coesão e sintonia grupal evitando discussões, disputas e competições. Quanto mais isso possa ocorrer e melhor bem estar e harmonia forem alcançados e compartilhados, mais fácil será despertar e ativar o fogo sagrado de Héstia no coração de outras pessoas, criar núcleos luminosos no centro das moradias e das comunidades, para poder curar corpos e mentes e fortalecer a essência divina de todos.