segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Um pouco de tarot e de poesia para nosso dia:

"Despe-te das palavras e te aquece.
Toma nas mãos esses odres de terra.
E como quem passeia, leva-os ao mar.
Se tudo te foi dado em abundância
O sal e a água de uma maré cheia
Eu te darei também a temperança.


Deita-te depois e vibra tua garganta
Como se fosse um início de um cantar.
Não cantes todavia.
Aqui, zona de tato e calor, margem do ser
Larga periferia, olha teu corpo de carne
Tua medida de amor, o que amaste em verdade.
O que foi síncope.
Todavia não cantes na perplexidade."

HILDA HILST

Se eu fosse representar este poema em uma carta de tarot, certamente utilizaria o Arcano XIV

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

OUÇA O CHAMADO

Ouça-me bem querida

Preste atenção ao som do meu chamado,

À beira do abismo que divide os mundos

Preste atenção ao som do meu chamado,

No canto mais longínquo do seu coração.

Ouça-me bem querida,

Falarei limpa e claramente, como fazíamos a muito.

Pois veja, juntas sopramos a Criação da Vida em cada canto do mundo.

Estávamos juntas quando elevamos os céus, que os índigos chamam de casa.

E juntas estávamos quando desenhamos com as mãos as rochas mais antigas.

Você se lembra?

Procure lembrar-se de quando brincávamos juntas, banhando-nos com as águas espumantes do Mar.

Navegando nas águas coloridas que escolhíamos para forrar o maravilhoso povo do Oceano.

Foi com o calor dos nossos corações que forjamos o Espírito, quando criamos a luz da mais intensa fogueira.



Ouça, querida

Ouça-me bem

Preste atenção ao som do meu chamado

E perceba que estivemos juntas desde sempre.

Sei que sentes falta dos meus braços, mas não sofra tanto, filha querida. Nunca estive distante de você.

Se me procura verdadeiramente, lembre-se que sou a própria vida e sou a própria morte.

Se desejas ouvir meu canto, basta recolher-se ao som do seu ventre e perceberá que ele pulsa junto ao meu.

Se sonha em reencontrar-me no Amor, abra seu coração querida, pois é nele que guardo a Pintura da Vida com todas as emoções que criei. Conheça o sabor das lágrimas e desfrute o que reservei na dor e no êxtase para você.

E, assim conheça o seu corpo, sinta o que dele se ensina e aprenda a minha sabedoria dentro de cada célula que a presenteei.

Honre seu corpo como um altar, filha amada, pois ele é capaz de realizar o Sagrado.

E dentro do seu infinito ser que você possa desejar o mergulho profundo e o vôo sublime, pois lhe dei caudas e asas para isso.

Feche seus olhos, querida filha, e voe para dentro. Abra a sua visão e mergulhe no universo de sua profunda essência.

Lá, a Lua será a sua guia e as estrelas que enviei serão suas companheiras de jornada. Preserve sua gratidão e ofereça o Amor a todos os seres.

E saiba que a intuição que lhe concedo levará você ao meu encontro.



Venha, filha amada, ouça o meu chamado.

Ele está a sua espera. E com ele a minha esperança em você, pois a águia que voa alto na floresta é sua irmã, assim como as cachoeiras que revelam o parto das montanhas.

Sua força de viver foi nutrida com o leite abençoado de mil lobas e seu corpo foi abençoado com o mel das bordadeiras da fertilidade.

Para sua magia, cultivei a beleza e a sabedoria dos seres.

Honre seu povo, querida filha, pois você é fonte de paz e harmonia por onde caminhar.

Concedo a você a consciência de quem você é. E lhe chamo.

Desperte, minha filha, e venha ao meu encontro, pois eu sou sua Mãe e desejo o seu Amor.





(Renata Navega – Grupo Girassol)

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

SOLSTÍCIO DE VERÃO - LITHA

O Solstício do Verão (ou Meio do Verão, Alban Hefin ou Litha), também conhecido como Dia de São João, na Europa, marca do dia mais longo do ano, quando o Sol está no seu zênite. Para os Bruxos e os Pagãos, esse dia sagrado simboliza o poder do sol, que marca um importante ponto decisivo da Grande Roda Solar do Ano, pois, após o Solstício do Verão, os dias se tornam visivelmente mais curtos.              
Em certas tradições wiccanas, o Solstício do Verão simboliza o término do reinado do ano crescente do Deus Carvalho, que é, então, substituído pelo seu sucessor, o Deus Azevinho do ano decrescente. (O Deus Azevinho reinará até o Sabbath do Inverno do Natal, o dia mais curto do ano.)          
O Solstício do Verão é uma época tradicional, em que os Bruxos colhem as ervas mágicas para encantamentos e poções, pois acredita-se que o poder inato das ervas é mais forte nesse dia. é o momento ideal para as divinações, os rituais de cura e o corte de varinhas divinas e dos bastões. Todas as formas de magia (especialmente as do amor) são também extremamente potentes na véspera do Solstício do Verão, e acredita-se que aquilo que for sonhado nessa noite se tornará verdade para quem sonhar.                                        No solstício de verão, o Sol está em seu ápice; ele mantêm o seu maior brilho e elevação. O meio de verão, como é chamado, é celebrado pelas bruxas e bruxos pela sua abundância e plenitude no ano, trazendo fetilidade à Terra.                 
O solstício de verão é tanto um festival de fogo quanto um festival da água; o fogo sendo um aspecto do Deus e a água um aspecto da Deusa. O festival desenvolveu-se menos e tardiamente nos países celtas, pois estes não eram originalmente de orientação solar. Muitos dos costumes sobreviveram até os tempos modernos, como rolar colina abaixo uma roda pegando fogo. Como acontece em Beltane e em Samhaim, a fogueira é destituída de grande poder mágico.                           
A Deusa e o Deus estão no êxtase de sua união e vemos a Natureza cheia de frutos e flores belos. É o ápice do amor passional entre ambos; a Deusa reina como a Rainha do Verão e o Deus aproveita seu auge, pois depois começará o seu declínio até renascer no inverno.                                                         
Devemos nos lembrar que a mudança é a essência da vida, pois tudo carrega dentro de si a semente do seu oposto. O Sol está com seu poder no auge, mas a partir daí começa a decair. Vida e morte fazem parte de todos os aspectos na Natureza e em nossas vidas.                                                                                                             Para bruxas e bruxos modernos, o fogo é um aspecto central do festival do solstício de verão, assim como é em Beltane. Mas o caldeirão também é usado neste sabbath, cheio de água, para representar a abundância da Deusa, e também nos remeter ao caldeirão de Cerridwen.                                                              Outros povos antigos também festejavam a abundância do verão com festivais semelhantes: Vestália (Roma), Dia dos Casais (Grécia), Festa de Epona (País de Gales), Thing-Tide (Escandinávia), Alban Heflin (tradição anglo-saxã) ou a Dança do Sol (nativos norte-americanos).                                                                                              Por causa do solstício, existem os trópicos de Câncer e Capricórnio. No solstício de verão no hemisfério sul, os raios solares incidem perpendicularmente à terra na linha do Trópico de Capricórnio. No solstício de inverno, ocorre a mesma coisa no Trópico de Câncer.


Alguns antigos costumes do Solstício de Verão

- Na Europa, as celebrações deste sabá foram absorvidas pela festa cristã de São João, cujo nome originou-se da erva usada com fins curativos e mágicos, como proteção ou para proporcionar sonhos e presságios.
- As homenagens aos seres da Natureza ou às divindades naturais também foram sbstituídas pelas populares e folclóricas festas juninas.
- Antigamente, os casamentos eram celebrados em junho para garantir-se a fertilidade, sendo esta uma data muito propícia, embora diferente de Beltane, que era reservada aos ritos de fertilidade e ao Casamento Sagrado das divindades.
- Em Creta, o Ano Novo começava no solstício de verão, marcando o fim da colheita do mel. Para os cretenses, o zumbido das abelhas era a voz da Deusa anunciando a sua regeneração. O touro personificava o Deus e, ritualisticamente, era sacrificado para simbolizar a sua morte e seu renascimento das entranhas da Terra. A lenda do Minotauro representa nada mais nada menos do que a descida simbólica à escuridão, encarando os medos e encontrando os meios da renegeração, ao seguir o fio da vida tecido pela Deusa.
        É a época de florescimento do carvalho. Após a união da Deusa e do Deus em Beltane, O Deus está adulto, um homem formado, e tornou pai (dos grãos). Em sua plenitude e felicidade ele traz o calor do verão e a promessa total de fertilização com o sucesso da fertilização feita na Deusa.                                              
Sendo o auge do Deus também prenuncia o seu declínio, nesse momento o Deus, após cumprir a sua função de fertilizador, dá seu último beijo em sua amada e caminha ao país do Verão (Outro Mundo), utilizando o Barco da Morte para morrer em Samhain. Em algumas tradições festeja-se a despedida do reinado do Deus do Carvalho (Senhor do Ano Crescente) e o início do reinado do Deus do Azevinho (Senhor do Ano Decrescente) que durará até Yule.
Este é o único Sabbath em que às vezes se fazem feitiços, pois seu poder mágico é muito grande.                            
É hora de pedirmos coragem, energia e saúde, devemos wer humildes para não ficarmos cegos com o brilho do sucesso e do Poder.

Costumes de Litha:

Há uma infinidade de lendas e ritos que envolvem a noite do Solstício de Verão:

             Um dos costumes mais populares na Europa e Norte da África é a colheita de ervas medicinais e mágicas nesse dia. Acredita-se que a plenitude da força do deus está impregnada nessas ervas e contém todo o poder sanador e mágico para a cura de doenças.
 O Visco e o basílico, como outras muitas ervas, são colhidos ritualisticamente e usados para preservar a energia nos tempos frios em encantamentos e sortilégios.
Banhos purificadores e curas milagrosas são realizados nas noites mágicas dessa data em fontes, rios e cachoeiras. Acredita-se também que tudo aquilo que for sonhado, desejado ou pedido na noite de Litha se tornará realidade.
Os antigos Povos da Europa acreditam que, nessa noite, Puck, Pã e todos os Elfos, Fadas, Duendes e Gnomos andam correndo pelos campos e florestas e poderiam facilmente ser vistos e contatados.
Nesse dia os amuletos do ano anterior são queimados e novos talismãs de proteção, poções para sonhos proféticos e filtros são feitos para aproveitar o grande momento de poder.
É costume dar continuidade a grande fogueira de Beltane, como também pula-la para se livrar dos infortúnios e da negatividade. Tradicionalmente essa fogueira é acesa com gravetos de abeto e carvalho, duas árvores mágicas.
Litha é o momento de fazer rituais em praias, cachoeiras, ao ar livre, praticar divinação e brincadeiras, cantar em homenagem aos Deuses Antigos, dançar e contar histórias em volta da fogueira.

Antigas tradições:


- Pular fogueira ou um caldeirão em chamas
- Pintar runas e outros símbolos mágicos em pedaços de madeira, conchas, papel ou pedras
- Colher ervas e plantas mágicas nesse dia
- Fazer bastão mágico
- Fazer cruz solar
- Fazer coleira de bruxa (Witch´s Ladder)
- Acender velas e fazer oferendas ao Povo das Fadas
- Pendurar ervas na lareira, sala e cozinha para secarem
- Fazer círculos de velas vermelhas ou ervas solares
- Queimar pedidos no caldeirão
Comidas típicas: frutas tropicais, vegetais frescos, patês de ervas, pães de cereais, vinho, sucos, cerveja e água.

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Para treinares tua mente e espírito para a prática mágica, é necessário estar conectado e em domínio dos quatro elementos:

* Aprofunda teu enraizamento na TERRA que confere o centramento da tua energia e recolha-se em silêncio ao seu lugar sagrado.

* Enfrenta o AR com ousadia, buscando o discernimento e a sabedoria, afugentando as ilusões e os fantasmas do erro.

* Busca na fluidez da ÁGUA a visão espiritual, que reside na energia curativa do amor.

* E, através do FOGO, purifica tua vontade para que ela seja guiada pela consciência superior.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016



"Um preguiçoso nunca será um Mago, a Magia é um exercício de todas as horas e de todos os instantes. é preciso que o operador das grandes obras seja senhor absoluto de si mesmo; que saiba vencer as atrações do prazer, o apetite e o sono; que seja insensível ao sucesso como uma afronta. A sua vida deve ser uma vontade dirigida por um pensamento e servida pela natureza inteira, que será subordinada ao espírito nos seus próprios órgãos e, por simpatia, em todas as forças universais que são correspondentes. Todas as dificuldades e todos os sentidos precisam participar da obra..."




Eliphas Levy. Dogma e Ritual de Alta Magia.