sábado, 4 de novembro de 2017

Ritual para purificação da casa


Que tal aproveitar o sábado para purificar a casa?

Para colocar o caldeirão para funcionar vamos precisar de:

* 1 vela branca
* 1 incenso de rosas
* água
* pétala de 3 rosas brancas
* alecrim
* essência de rosas


Acenda a vela branca e invoque o anjo guardião da casa (use suas palavras, aproveite para fazer uma conexão com o sagrado).

Em uma vasilha macere, com as mãos, as pétalas e o alecrim (o ideal é segurar a vasilha na altura do ventre) enquanto direciona seu desejo de purificação do lar. Após, acrescente a água e a essência, com as mãos em forma de concha sobre a poção mentalize muita luz branca saindo de suas mãos para a água, peça o auxílio do anjo da casa e, com um galinho de alecrim vá salpicando a água em todos os cantos da casa, enquanto entoa: "CADA CASA TEM UM CANTO, CADA CANTO TEM UM ANJO, EM NOME DAS FORÇAS CRIADORAS DO UNIVERSO PURIFICO O MEU LAR. QUE ASSIM SEJA E ASSIM SE FAÇA PARA O BEM DE TODOS."
Ao final, jogue o que sobrar em um verde e acenda uma vareta de incenso em cada cômodo da casa.

Abençoados sejam!

Yohana

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

SETEMBRO E O CALENDÁRIO PAGÃO











No antigo calendário romano, Septem era o sétimo mês. Apesar da mudança do calendário e do acréscimo de outros meses, seu nome permaneceu o mesmo e Pomona, a deusa romana padroeira dos frutos e das árvores frutíferas, foi escolhida como sua regente.



O nome irlandês deste mês era Mean Fomhair, o anglo-saxão Haligmonath e o nórdico Witumonath. Os povos nativos o chamavam de Lua do Vinho, Lua da Cantoria, Lua do Esturjão, Lua da Madeira, Lua quando o Gamo bate a pata no chão e Mês Sagrado , entre outros.



No calendário sagrado druídico, a letra Ogham correspondente é Muin e a planta sagrada é a videira. Seu lema é “para tomar tomar as decisões certas e fazer as escolhas corretas, entre em contato com sua voz interior”.



As pedras sagradas são a safira azul e a oliviana. As deusas regentes são Ariadne, Asase, Yaa, Deméter, Gauri, Medusa, Meditrina, Mami, Néftis, Perséfone, Racha, Themis, Tonantzin e Ostara.



Este mês em, vários lugares no hemisfério norte, era celebrado o equinócio de outono, chamado pelos celtas de Sabbath de Mabon ou Alban Elfed. Aqui, no hemisfério sul, neste mês celebramos o Sabbath Ostara (no hemisfério norte), comemorando o renascimento da natureza e o desabrochar da vegetação, o crescimento e a renovação.



A mais famosa cerimonia grega – os Grandes Mistérios Eleusínos – homenageavam Démeter e Pérsefone. Cercados de profundo mistério e silencio, esses rituais eram reservados apenas aos iniciados e reencenavam os mistérios da morte e do renascimento. Outra importante festa grega era dedicada à deusa Themis, guardiã da ordem social e da consciência coletiva, protetora dos inocentes e executora dos que transgrediam a lei.



No Egito, a cerimonia do “Acendimento dos Fogos” celebrava os deuses e as deusas, colocando-se lanternas e tochas em todos os altares e estátuas. Festejava-se, também, Thoth, o deus lunar com cabeça de íbis, senhor das palavras sagradas e das leis da magia.



Na China, reverenciava-se a Lua durante o festival de Yue Ping, no qual as pessoas presenteavam os amigos com bolos em forma de meia lua ou lebre. Na Índia, a deusa Gauri era homenageada com doces feitos com mel, os quais eram depois comidos pelas pessoas para terem mais doçura em suas vidas.




Também os incas celebravam a Lua na forma da deusa Mama Quilla, durante o ritual de purificação e agradecimento Citua, próximo ao equinócio.



A entrada do sol no signo de Libra e as antigas celebrações do equinócio proporcionam, neste mês, oportunidades para buscar o equilíbrio entre luz e escuridão, razão e emoção, matéria e espirito. É um tempo propicio para organizar sua vida e buscar soluções para seus problemas físicos, mentais, emocionais e espirituais.







CORRESPONDÊNCIAS:







· ESPÍRITOS DA NATUREZA: grupos de fadas



· ERVAS E FLORES: erva doce, centeio, trigo, valeriana, narciso, lírio, flores em geral



· CORES: marrom, amarelo, verde, rosa



· ESSÊNCIAS: gardênia, bergamota



· PEDRAS:peridoto, olivina, crisólita, citrino, safira azul



· ÁRVORES: avela, louro, videira



· ANIMAIS:cobra, chacal, íbis, andorinha



DEIDADES: Deméter, Ísis, Perséfone, Néftis, Freya, Chang-O, Thoth, Ariadne, Asase, Yaa, Gauri, Medusa, Meditrina, Mami, Racha, Themis, Tonantzin e Ostara.







FONTES: O LIVRO MÁGICO DA LUA

O ANUÁRIO DA GRANDE MÃE
IMAGENS DA INTERNET

terça-feira, 1 de agosto de 2017

CALENDÁRIO PAGÃO E O MÊS DE AGOSTO

Outrora chamado de Sextilis no calendário romano, este mês teve seu nome mudado para Augustus em honra ao imperador Augustus César. O título “august”, apenas aos imperadores ou “augur”, dado apenas aos sacerdotes é decorrente de um dos aspectos da deusa Juno – Juno Augusta – e está relacionado ao poder profético conferido aos homens pelas divindades.
O nome Anlo-saxão deste mês é Weodmonath e o nórdico, Aranmonath. Os povos nativos chamaram-no de Lua da Colheita, Lua da Cevada, Lua do Milho, Lua quando as Cerejas ficam pretas, Lua das Disputas ou Mês da Vegetação.
No calendário druídico, a letra Ogham correspondente é Quert e a árvore sagrada é a macieira. O lema do mês é “descanse, mas não descuide de seu desenvolvimento interior”.




Durante este mês, em vários países celebrava-se a colheita dos cereais. Os celtas dedicavam o primeiro dia do mês ao Sabbath Lughnasadh ou Lammas, o primeiro festival da colheita. Lammas, em inglês arcaico, significava a Missa do Pão (Loaf Mass), descrevendo, assim, a festa do pão fresco, feito dos primeiros grãos de trigo.


Os romanos também tinham seus festivais de colheita, Consuália e Opseconsiva, reverenciando o deus Consus e a deusa Ops (regentes dos depósitos de grãos e da colheita) com oferendas de pão fresco e vinho. No final do mês, a festa Charisteria agradecia as dádivas das divindades da terra.
OPS


Os deus Vulcano era celebrado com três festividades: Portunália, Vortunália e Volcanália. Para contrabalançar essas cerimonias do fogo, eram também reverenciadas as deusas Juturna (das fontes) e Stata Mater (da proteção contra os fogos), assegurando, assim, a proteção contra incêndios, frequentes nessa época de calor e seca.
VULCANO


Na Grécia, o dia treze era dedicado a Hécate, a Rainha da Noite, senhora do mundo subterrâneo e guardiã das encruzilhadas; o dia vinte e três, por sua vez era para Nêmesis, a deusa da justiça, da vingança e da punição justa. Nessas celebrações, as mulheres, cujos pedidos haviam sido atendidos, iam em procissão, carregando tochas, até o templo das deusas onde eram feitos os rituais.
HÉCATE


No Egito, abençoavam-se os barcos e na Índia, comemorava-se Ganesha, o deus com cabeça de elefante, pedindo-lhe que removesse os obstáculos e os azares, ofertando-lhe flores e arroz.
GANESHA


Agosto é um mês favorável tanto às confirmações do caminho espiritual quanto às iniciações, dedicando a sua devoção à uma divindade com qual você tenha afinidade.







CORRESPONDÊNCIAS:






· ESPÍRITOS DA NATUREZA: dríades


· ERVAS E FLORES: camomila, erva de são joão, angélica, erva doce, arruda, laranja, girassol, madressilva


· CORES: amarelo, ouro, vermelho, laranja


· ESSÊNCIAS: olíbano, heliotropo, laranja


· PEDRAS: crisoberilo, cornalina, jaspe, ágata fogo, sardônica e peridoto


· ANIMAIS: leão, fênix, esfinge, dragão, garça, facão e águia


· DEIDADES: Ganesha, Toth, Hathor, Diana, Hécate, Nêmesis, Demeter, Ceres, Chang O, Xochiquetzal, Medusa, Arianhod, Bast, Frey e Freyja.






Fontes:






O Anuário da Grande Mãe


O Livro Mágico da Lua

segunda-feira, 15 de maio de 2017

AS SENHORAS DA PLENITUDE - PARTE III

O culto de Bau data de 2500 a.C. e é semelhante ao da deusa sumeriana Gula, ambas sendo regentes da fertilidade, abundância e cura, mães divinas doadoras da vida, parteiras, rainhas da colheita e protetoras das almas na sua passagem entre os mundos. Acreditava-se que os espíritos das crianças ficavam escondidos nas pregas das Suas saias à espera da reencarnação. Seu símbolo era uma taça medidora chamada Bar, cujo hieróglifo X era equivalente à runa nórdica da doação e troca. Nos nascimentos das crianças as parteiras ou avós faziam oferendas de pão e vinho, pois nos mitos existiam advertências para aquelas mulheres que não reverenciavam ou agradeciam à Grande Mãe, privando assim seus filhos das bênçãos divinas.

Assim como as deusas sumérias, Boldog Asszony era celebrada como A Mulher Abençoada, A Mãe plena, Rainha alegre da colheita ou Senhora da foice (usada antigamente pelas mulheres nas colheitas de cereais). Em uma dança folclórica húngara, contemporânea, encena-se a reverência à Maria (a herdeira cristã da Deusa) com uma roda de mulheres, com saias coloridas e tiaras bordadas, que pedem cantando à Mulher Abençoada (personificada por uma mãe humana no centro da roda) visitar e abençoar suas casas, famílias, lavouras e bens.

Infelizmente, as proibições religiosas do regime comunista na Hungria, continuando a perseguição secular da igreja católica, suprimiram muitas das tradições antigas remanescentes no meio rural. Após a cristianização forçada no século 12, a língua original – de origem asiática (ramo ugro-fínico) – foi europeizada, perdendo-se assim antigos significados de palavras associadas aos ritos agrários. O atual povo húngaro originou-se da mescla de tribos citas, hunos, persas e magiares vindos das estepes da Ásia central. A religião pagã original era monoteísta, centrada em uma divindade incriada, etérica, sem forma, sexo ou nome, cercada por seres divinos. Reverenciavam-se as forças da natureza, o céu e a Mãe Terra, as deusas mais cultuadas sendo a Grande Mãe - Nagy Asszony - e sua filha Boldog Asszony, (“Senhora da plenitude e alegria”), a Velha Mulher Lua e o casal solar.

Inspirados pela riqueza mítica das antigas deusas nós podemos criar um singelo ritual atual de gratidão, oferecendo à Mãe Divina o tradicional pão e vinho, junto com símbolos da nossa “colheita”. Após fazer uma autoavaliação das realizações dos meses anteriores, agradeceremos os “frutos” colhidos, refletiremos sobre as medidas necessárias para limpar nossos “plantios”, deles retirando as ervas daninhas, os insetos invasores e animais predadores. Depois, iremos assumir o compromisso de cuidar e proteger os brotos tênues dos nossos sonhos e aspirações, nutrindo-os com a energia da perseverança, confiança e fé, nos sentindo guiados pelas Mães do plantio e da colheita e abençoados pelas Senhoras ancestrais da plenitude.

Texto Mirella Faur

domingo, 14 de maio de 2017

AS SENHORAS DA PLENITUDE - PARTE II

Na mitologia húngara a regente da fertilidade, nascimentos e abundância (vegetal, animal, humana) era Boldog Asszony (“A Rainha plena e alegre”); os seus atributos foram adotados pela igreja católica e transferidos para o culto de Maria, sendo nomeada Padroeira do país e festejada no dia 17/10 como a “Grande Rainha da Hungria”. Deusa protetora da terra, das famílias e curas, Boldog Asszony era filha de Nagy Boldogaszony (“A Grande Rainha”), Mãe Divina ancestral que tinha sete aspectos, cada um regendo um dia da semana e cujas datas ritualísticas foram preservadas nas comemorações do calendário cristão (25/03, 15/08, 17/10 e 26/12).
Pesquisas atuais encontraram semelhanças do Seu arquétipo e culto com os de Astarte, Inanna, Ishtar e principalmente Bau, a Grande Mãe da Mesopotâmia. Supõe-se que os ritos agrários neolíticos e os mitos das deusas da fertilidade migraram da Suméria e Anatólia para a Europa central, os seus atributos tendo equivalências em várias línguas: dravidiana (da Índia), suméria, persa, turca, balcânica e húngara. Os termos comuns aos atributos divinos são: plena, abundante, alegre, feliz, doadora, parteira, grávida, matrona, senhora, rainha, deusa.

sábado, 13 de maio de 2017

AS SENHORAS DA PLENITUDE - PARTE I

Nas culturas pré-cristãs celebrava-se a colheita com cerimônias de reconhecimento e gratidão pelas dádivas da terra. Os arquétipos cultuados eram na sua maioria femininos, os nomes e atributos variavam, porém os seus atributos comuns eram: abundância, plenitude, felicidade, alegria, celebração. Os povos indo-europeus reverenciavam a Mãe dos grãos ou a Senhora da vegetação sob diversos nomes e manifestações.

No folclore dos povos eslavos, saxões, nórdicos e celtas permaneceram ocultados - em lendas, histórias e “superstições” - resquícios dos antigos cultos, principalmente a importância da última espiga remanescente nos campos, que estaria retendo o “espírito de fertilidade dos grãos”. Ela era cortada ritualisticamente, modelada e vestida como uma mulher, enfeitada com flores e frutos e carregada como representação da Mãe dos grãos em alegres procissões nos vilarejos.

Em alguns lugares era transformada em guirlanda e usada pela moça escolhida como ”Rainha da colheita”, depois guardada e enterrada no próximo plantio. O cristianismo adotou algumas das antigas datas e práticas da época da colheita nas festas e procissões dedicadas à Maria, na Assunção e nas benzeduras de casas, pessoas, animais, ainda realizados nas áreas rurais de Hungria, Polônia, Romênia.


Texto Mirella Faur

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Lua em Escorpião



Esta é uma lua propícia para aqueles que pretendem realizar encantamentos relacionados com a sexualidade, poder, crescimento espiritual e transformações pessoais. Lua ideal para fazer feitiços que envolva saúde e cura de doenças dos órgãos reprodutores, perfeita para feitiços de problemas sexuais, infidelidade, segredos e mudanças fundamentais.


Feitiços de cura: órgãos genitais, útero e bexiga.
Cor de vela: vermelho e negro.
Metal: ferro.
Elemental: ondinas.

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Maio - a lua de contar histórias



O conhecimento das bruxas é transmitido oralmente. Uma bruxa passa para a outra aquilo que ela sabe.A arte de contar histórias é um dom que deve ser exercitado durante a Lua de maio. Nessa época, escolha uma pessoa de quem você gosta para ensinar a ela tudo o que você sabe. Mesmo que ainda esteja dando seus primeiros passos na feitiçaria, você perceberá que tem muitos conhecimentos valiosos. Não se trata de ensinar simpatias ou encantamentos. Vale passar as receitas dos pratos que você sabe preparar melhor, ensinar a fazer um bordado, dar uma explicação sobre matemática. Mas o mais importante, nessa Lua, é passar adiante o conhecimento, as histórias de família. Sabe aquelas coisas que ouvimos sobre nossos ancestrais, os casos de avós e tios? Tudo isso tem um poder muito grande. Conte essas histórias para as crianças da sua família, para que elas também conheçam o passado que pertence a todos. Durante esse mês, peça para a Mãe Lua brindar você com o dom da palavra e da sabedoria. E não esqueça de ouvir as valiosas lições que as pessoas mais velhas têm para ensinar. 



A Lua Cheia de Maio deve ser dedicada à busca do amor. Se você ainda não encontrou o seu, esta é uma boa oportunidade. Nesta noite olhe para a Lua e peça que ela lhe traga o seu amor verdadeiro. A Lua de Maio é a Lua dos Amantes, dizem que do alto ela sempre encontra a nossa metade e traz até nós. 

A matriarca da quinta lunação é “Aquela que ouve”, a guardiã do silencio. Seu ensinamento é silenciar para ouvir as mensagens do nosso interior, da natureza, dos Mestres, do Criador Encontraremos, assim, a calma e a paz necessárias para avaliar, ordenar e transformar nossa vida
Esta lua tem a dádiva de poder tornar agradáveis os ambientes, de cada um se auto-sustentar e sustentar os outros: a estabilidade.



Esta lua a encoraja para ir além do plano material, a buscar qualquer iluminação espiritual que puder encontrar.
Ensina sobre perseverança, paciência, estabilidade e praticidade. Inspira a colocar a própria casa em ordem, para que possa ter um lugar tranqüilo e de contentamento.

quarta-feira, 10 de maio de 2017

A MULHER LUA CHEIA




O aspecto de Mãe da Deusa sempre foi o mais acessível para que a humanidade o reconhecesse, invocasse e o identificasse. A Lua Cheia está associada à imagem maternal da Deusa, à mulher em toda a sua plenitude, ao potencial pleno da força vital. Ela corresponde ao crescimento e amadurecimento de todas as coisas, ao ponto culminante de todos os ciclos, à semente germinada e à plenitude do caldeirão.


Na Lua Cheia entramos em outra dimensão do feminino, aqui o instinto se coloca a serviço da criação e da humanização. Esta é a fase lunar que é iluminada pelo Sol em sua totalidade, indicando mais clareza de consciência e um melhor relacionamento entre masculino e feminino, o que propicia a criação.


A Lua Cheia é a Lua Grávida de criatividade, de riqueza e da realização do próprio crescimento. É a imagem da Mãe, com o poder divino de carregar uma nova vida em seu ventre. É ela que gera, promove o crescimento e dá o nascimento. Ela é a deusa da maternidade, que traz consigo a fertilidade para a terra e para os homens.


A Lua Cheia nos conecta com a terra, nos coloca em contato com os valores terrenos, é o próprio amor realizado. Esta Lua-Mãe, foi expressa mitológicamente pelos gregos como Deméter com sua prodigiosa energia para nutrir e acalentar e sua dedicação desinteressada para com os filhos e a família. Esta deusa-mãe também é visualizada em Cibele, Ísis, em Astarte e na Virgem Maria. Todas aparecem sempre com o filho, o que pressupõe uma capacidade de relacionamento e reprodução realizada. O filho representa o nascimento, o Logos no feminino. A Lua, deste modo, relaciona-se com o mundo de maneira mais humana, através de seu filho. Estabelece-se assim, um contato mais íntimo entre o mundo interno e o externo, do divino com o terreno e do espiritual com o material.


A maternidade em si já é uma doação, mas também associa-se à capacidade de sacrifício. Todas as deusas citadas, têm em comum o fato de terem um filho que morre e depois ressuscita. O filho seria a semente que morre, se decompõe na terra, para trazer em seguida a renovação da vida. Mas, enquanto não chega a hora do sacrifício, o filho reina junto com a Mãe-Lua e é controlado por ela.


A mulher regida pela Lua Cheia é mais confiável, pois se assemelha à Mãe. Ela é acolhedora, mais domesticada e sempre se coloca à disposição e proteção do outro. Esta mulher tem os pés no chão e seus mistérios não são tão ocultos, pois ela se revela mais claramente. Ela acolhe a criação, que é a união do masculino com o feminino. Mas esta mulher tem uma preocupação exagerada com a segurança, o que impede o seu aprofundamento em seus relacionamentos, pois o contato mais íntimo, pode constituir-se em uma ameaça. Desenvolve então, um controle fora do comum e nada pode pegá-la desprevenida. Aqui desenvolve-se um impedimento a sua criatividade, pois seus passos são calculados, evitando confrontar-se com o desconhecido, que podem lhe proporcionar surpresas desagradáveis.


terça-feira, 2 de maio de 2017

A MULHER LUA CRESCENTE


A primeira face da Deusa é a Donzela, ou Virgem e que corresponde a Lua Crescente. Representa a juventude, a vitalidade, a antecipação da vida, o início da criação, o potencial de crescimento e a semente do "vir a ser".

A Lua Crescente, portanto, liga-se a "virgem", a mulher solteira e sugere inúmeras promessas ocultas de crescimento, de riqueza, de criatividade e de prazer. Esta Lua nos faz voar à um mundo de sonhos e devaneios. Nos tornamos seres alados que levitam num céu estrelado de possibilidades, onde o impossível torna-se realidade. É o verdadeiro despertar de Eros, do amor, da vida que não nos impõe nenhum obstáculo. Neste mundo onde tudo é possível a mulher personifica-se como a eterna amante, a musa inspiradora que concretiza a eterna felicidade. 

A mulher na Lua Crescente consegue expor sua feminilidade com muita espontaneidade. Ela é a personificação da deusa em sua manifestação instintiva e natural, buscando sua essência. Ela é rica em fertilidade e possibilidades, sem limites. Precisa de todo o espaço para expandir-se e manifestar-se. É erva que se alastra e cobre tudo, pois ela é livre, animal sem dono, que não admite ficar presa à ninguém. Dona de si mesma, ela se rege, se governa por seus princípios internos, muitas vezes à custa de muito sofrimento, pois toda liberdade tem seu preço. 

Este princípio feminino é representado por várias deusas e uma delas é Àrtemis, a arqueira-virgem e amazona infalível, que corria livre pelos campos e de coração solitário. Ela é arquétipo da feminilidade mais pura e primitiva. Ela santifica a solidão e a vida natural. E, é ela que garante a nossa resistência a domesticação. Outra deusa da Lua Crescente é Inana, uma antiga entidade suméria que é portadora de qualidades lunares femininas. Em época de mudanças, esta deusa sempre está presente e pode ser invocada.

As mulheres que incorporam os atributos da Lua Crescente, são muito sensuais, verdadeiras Afrodites contemporâneas e conhecedoras da influência de seus poderes. Sentem orgulho de seu sexo e possuem uma vitalidade rara, somada a uma ansiedade de ampliar os horizontes de seu psiquismo. Jamais se adaptam à limites sociais e culturais, pois seu desejo de expansão é incontrolável. Estão sempre mudando, são mulheres inquietas e instáveis. Como a Lua Crescente, revolucionam, criam e transformam constantemente. São difíceis de serem civilizadas, pois como Àrtemis, possuem um amor intenso pela liberdade, pela independência e autonomia. Possuem temperamento estouvado e aprendem muito cedo a engolir suas lágrimas e planejar vinganças pelas humilhações que sofrem, devolvendo na medida certa o que receberam.


Para um homem relacionar-se com uma mulher-lua-crescente, pode ser um desafio e tanto. Igualmente, a mulher que penetrar fundo nesse lado de sua natureza artemisia, precisará reconhecer o poder primitivo de sua sanguinolência e o efeito que pode ter sobre o homem. A Lua Crescente nos põe em contato com todos esses aspectos da natureza feminina.

segunda-feira, 1 de maio de 2017

ORAÇÃO AOS ANTEPASSADOS

Grande Mãe,

Mãe de todos nós, Mãe da vida,

Eu lhe peço

Derrame suas bênçãos e graças em todos aqueles que deram origem a minha família,

Libertando-os e desfazendo todo o mal hereditário que pesa sobre nós.

Desfaça toda a aliança, todo o circulo viciado,

Que meus antepassados contraíram

Mãe amada,

Anula agora todas as mágoas e operações maléficas que viemos herdando ao longo do tempo.

Que nossos ancestrais sejam perdoados

Que nós sejamos perdoados

Que estejamos livres para seguir nossos caminhos

Que a tua luz

E o teu amor

Guie todos nós

E que a cura de nossas relações se estabeleça



Que assim seja!

domingo, 30 de abril de 2017

Correspondências de Samhain

· Decoração do Altar: pano preto, velas laranjas, pretas e/ou vermelhas, caldeirão ou pote com água, maçãs, abóboras iluminadas, pode-se utilizar uma vara com fita preta, tarot, runas, bola de cristas ou outro oráculo, armas mágicas.
· Cores: laranja e preto
· Deuses: Deuses Anciãos, a Deusa na sua face da Anciã, o Deus como o Senhor das Sombras.
· Plantas e ervas: nós-moscada, sálvia, menta, mirra, patchuli, artemísia, alecrim, musgo, calêndula, louro, mandrágora, bolota, aveia, avelã, maçã, verbasco, erva-moura, abóbora, erva do espírito santo, absinto, flor de Diana, hortelã, pimenta, sândalo, gengibre, etc.
· Óleo: misture óleos de alecrim e de louro juntos ou use óleo de sândalo.
· Comidas: rosbife, ganso, pato ou peru, fritada de maça, torta de maça, torta de abóbora, purê de nabo, vinho, cidra quente com açúcar e condimentos, batatas e pimentões assados, biscoito de avelã, chã de hortelã, pão de milho, pão de abóbora, salada de cebola roxa, beterraba, etc.
· Pedras: obsidiana, floco de neve, ônix, cornalina, turmalina negra, âmbar, granada, hematita.
· Símbolos: abóboras esculpidas (Jack-o-lanterns), espelho ou vaso para adivinhação, tocha, fogueira, pedras, vassouras, talos de milhos, runas, fotografia de ancestrais mortos, varas de carvalho ou aveleira amarradas em fitas pretas.

· Atividades: tomar resoluções para serem colocadas em prática no próximo ano que se inicia, queima de pedidos, confeccionar um Jack O'Lantern, fazer oferendas de maçãs e pães no jardim dos ancestrais, adivinhação através do Tarô, das Runas, da bola de cristal, da vidência em espelho negro e caldeirões com água, fazer máscaras que expressem a sua sombra, confeccionar vassouras, confeccionar um Bastão Mágico,confeccionar uma Witch's Cord (Corda de Bruxa) para proteção durante o decorrer do ano, acender uma vela laranja à meia-noite para atrair sorte no ano que se inicia, erigir um Altar com a foto de seus ancestrais amados e colocar oferendas sobre ele, demonstrando seu agradecimento e reconhecimento pelos feitos deles na Terra.


sábado, 29 de abril de 2017

Samhain - parte II

Samhain é um dos quatro grandes Sabbaths e muitas vezes é considerado o Grande Sabbath. 
Por ser o maior de todos e o mais importante também, todos os Pagãos consideram Samhain como a noite mais mágica do ano. Muitas práticas adivinhatórias foram associadas a Samhain, as mais comuns eram aquelas que prenunciavam casamentos e fortunas para o próximo ano que estava se iniciando. 
Uma das tradições mais comuns praticadas pelos povos antigos era a de colocar várias maçãs em um grande barril de água. Várias mulheres se reuniam em volta do barril, e a primeira que conseguisse pegar uma das maçãs seria a primeira a casar no próximo ano. Na Escócia, colocavam-se pedras entre as cinzas da lareira, deixando-as "descansar" durante a noite. Se alguma pedra fosse descoberta durante a noite, representaria a morte iminente durante o próximo ano de um dos moradores da residência. Sem sombra de dúvida a prática mais famosa do Samhain é o Jack O'Lantern (máscaras de abóboras), que sobrevive até hoje nas modernas celebrações do Halloween. Vários historiadores atribuem suas origens aos escoceses, enquanto outros lhe conferem origem irlandesa. As máscaras eram utilizadas por pessoas que precisavam sair durante a noite de Samhain. As sombras provocadas pela face esculpida na abóbora tinham a virtude de afastar os maus espíritos e todos os seres do outro mundo que vinham para perturbar. Máscaras de abóboras também eram colocadas nos batentes das janelas e em frente à porta de entrada para proteger toda a casa. 
O costume norte-americano de vestir-se com trajes típicos e sair pelas casas dizendo Trick or treating, nas noites de Halloween, é de origem céltica. Nos tempos antigos, o costume não era relegado às crianças, mas sim aos adultos. Em tempos ancestrais, os vagantes iam cantando cânticos da época de casa em casa e eram presenteados com agrados pelo seus habitantes. O Treat (presente) também era requerido pelos espíritos ancestrais nessa noite através de oferendas. 
O Deus neste período é identificado com os animais que eram sacrificados para continuidade da vida. 
Samhain é um tempo para a reflexão, no qual olhamos para o ano mágico que passou e estabelecemos as metas para nossa vida no ano que entra.

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Samhain - A Morte do Deus (parte 1)

O Sabbath de Samhain (pronuncia-se Sou-ein), festejado em 31 de outubro no hemisfério Norte e em 1º de maio no hemisfério Sul, é o Ano-Novo dos Bruxos. Esse dia sagrado é conhecido por inúmeros nomes, entre eles: Halloween, Hallowmas, Véspera de Todos os Sagrados, Véspera de Todos os Santos, Festival dos Mortos e Terceiro Festival da Colheita, é o mais importante dos oito Sabbaths dos Bruxos. Para muitos, talvez, o mais conhecido seja Halloween. Para nós, Bruxos, é a festa na qual honramos nossos ancestrais e aqueles que já tenham partido para o País de Verão. Essa é a noite em que o véu que separa o mundo material do mundo espiritual encontra-se mais fino e o contato com nossos ancestrais torna-se mais fácil. É também o momento tradicional para celebrar a última das colheitas e se preparar para o Inverno. O poder de magia pode ser sentido no ar, nessa noite. O Mundo dos Espíritos Ancestrais se liga com o nosso conforme a luz do Sol baixa e o crepúsculo chega. Os espíritos daqueles que já partiram para o outro plano são mais acessíveis durante a noite de Samhain. 
Samhain ocorre no pico do Outono. É o tempo do ano em que o frio cresce e a morte vaga pela Terra. O Sol está enfraquecendo cada vez mais rapidamente, a sombra cresce e as folhas das árvores estão caindo, numa preparação ao Inverno que chegará. Essa é a última colheita, o inicio da estação da cidra,o tempo em que os antigos povos da Europa marcavam e sacrificavam seus gados e preservavam sua carne para o Inverno, pois esses animais não podiam sobreviver em grande escala nesse período do ano devido ao frio vindouro. Só uma pequena parte, os mais viris e fortes, era mantida para o ano seguinte. 
A versão cristã do Samhain é o Dia de Todos os Santos (1o de novembro), que foi introduzido pelo Papa Bonifácio IV, no século VII, para substituir o festival pagão. O Dia dos Mortos (que cai a 2 de novembro) é outra adaptação cristã ao antigo Festival dos Mortos. é observado pela Igreja Católica Romana como um dia sagrado de preces pelas almas do purgatório.
Em várias regiões da Inglaterra acredita-se que os fantasmas de todas as pessoas destinadas a morrer naquele ano podem ser vistos andando entre as sepulturas à meia-noite de Samhain. Pensava-se que alguns fantasmas tinham natureza má e, para proteção, faziam-se lanternas de abóboras com faces horrendas e iluminadas, que eram carregadas como lanternas para afastar os espíritos malévolos. Na Escócia, as tradicionais lanternas Hallows eram esculpidas em nabos. 
Um antigo costume de Samhain na Bélgica era o preparo de "Bolos para os Mortos" especiais (bolos ou bolinhos brancos e pequenos). Comia-se um bolo para cada espírito de acordo com a crença de que quanto mais bolos alguém comesse, mais os mortos o abençoariam. 
Outro antigo costume de Samhain era acender um fogo no forno de casa, que deveria queimar continuamente até o primeiro dia da Primavera seguinte. Eram também acesas, ao pôr-do-sol, grandes fogueiras no cume dos morros em honra aos antigos deuses e deusas, e para guiar as almas dos mortos aos seus parentes. 
Samhain é a noite em que o Velho Rei morre e a Deusa Anciã lamenta sua ausência. O Sol está em seu ponto mais baixo no horizonte, de acordo com as medições feitas através das antigas pedras da Britânia e da Irlanda, razão pela qual os Celtas escolheram esse Sabbat, em vez de Yule, para representar o Ano-Novo. Para os Antigos Celtas, esse dia sagrado dividida o ano em duas estações, Inverno e Verão. Samhain era o dia no qual começavam o Ano-Novo celta/druida, por isso era um tempo ideal para términos e começos. É o dia ideal para honrar os mortos, pois nele os véus que separam os mundos estão mais finos. Aqueles que morreram no ano passado e aqueles que estão reencarnando passam através dos véus e portais nesse dia. Os Portões das Sidhe estão abertos e nem humanos nem fadas precisam de senhas para entrar e sair. 
Em Samhain, o Deus finalmente morre, mas sua alma vive na criança não-nascida, a centelha de vida no ventre da Deusa. Isto simboliza a morte das plantas e a hibernação dos animais, o Deus torna-se então o Senhor da Morte e das Sombras. Samhain é um festival do fogo e é a entrada para a parte sombria e fria da Roda do Ano. É em Samhain que as fogueiras são acesas para que os espíritos do outro mundo possam encontrar os caminhos para partirem ao Outro Mundo (País de Verão). 
Samhain é o tempo de lembrarmos com amor aqueles que partiram para o outro lado, por isso é chamado de a Festa Ancestral. Toda a família, ou grupo, se reúne para reverenciar os que já partiram. É muito comum nesse Sabbath se realizar uma ceia em silêncio, conectando-se com aqueles que já cruzaram os portais dos mundos. É tradicional também deixar um lugar à mesa para os ancestrais e lhes servir pratos como se eles estivessem presentes à ceia. 
Para aqueles que não têm família para festejar e celebrar seus ancestrais, alimentos geralmente são deixados do lado de fora de casa, na porta de entrada, em homenagem aos familiares e amigos desencarnados. 
É também tradicional deixar uma vela acesa na janela da casa para ajudar a guiar os espíritos ao longo de sua caminhada ao nosso mundo para que possam encontrar o caminho de volta.

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Ao longo da história da humanidade, mulheres de várias culturas reuniam-se em círculos para reverenciar o Feminino, adorar deusas, realizar rituais, celebrar seus ciclos e ritos de passagem, compartilhar histórias, saberes e sentimentos e apoiarem-se. Contudo, essas práticas foram, com o tempo, perdidas, principalmente pela instauração do pensamento patriarcal.

A postura social contemporânea, habitualmente fundamentada no sistema patriarcal vigente, é de distanciamento, exclusão, sobreposição de poderes e falta de contato corporal respeitoso. São fatores que desvalorizam os saberes de alguns grupos em detrimento do estabelecimento de poderes de outrem, controlando e silenciando corpos. 

Principalmente com o advento de movimentos feministas e de resgate do Sagrado Feminino, essas heranças do patriarcado têm sido, aos poucos, desconstruídas, sendo retomado o pensamento circular e holístico de culturas matrísticas ancestrais, em que se valorizavam o sentimento de pertença, o estabelecimento de vínculo e a qualidade da presença espontaneamente experimentadas em vivências em rodas. É trazida novamente a importância e o poder curativo da união de mulheres, da sororidade, do empoderamento pelo autoconhecimento e das vivências em conjunto.

"O pensamento patriarcal é essencialmente linear, ocorre num contexto de apropriação e controle, e flui orientado primariamente para a obtenção de algum resultado particular porque não observa as interações básicas da existência. Por isso o pensamento patriarcal é sistematicamente irresponsável. O pensamento matrístico, ao contrário, ocorre num contexto de consciência da interligação de toda a existência. Portanto, não pode senão viver continuamente no entendimento implícito de que todas as ações humanas têm sempre conseqüências na totalidade da existência" (MATURANA, 2004, p. 47). 

Quando mulheres voltam a reunir-se em círculo, elas têm a oportunidade de mudar esses paradigmas, valorizando o reconhecimento, o respeito e o sentimento de pertença. Segundo Mirella Faur, o círculo tem o poder de coletar, concentrar e direcionar energias para efetuar mudanças e ajudar nas transformações individuais e coletivas. É um meio de criar um espaço seguro para praticar a comunicação aberta, compartilhar saberes e sentimentos, criar relações baseadas na confiança e no respeito, curar feridas da alma e trocar experiências, reconhecendo a interdependência com o Todo e buscando uma comunhão de valores e objetivos.

"Os círculos de mulheres resgatam e ativam a ancestral conexão com o sagrado, explorando, criando e desenvolvendo formas específicas para expressá-lo em conjunto, mas levando em consideração as visões e sugestões individuais. Os encontros proporcionam um espaço seguro, não encontrado na cultura contemporânea, para apoiar e incentivar o desenvolvimento e fortalecimento pessoal. (...) Os círculos de mulheres podem tecer uma teia firme e ampla para ensinar e divulgar as qualidades femininas de conexão, colaboração, apoio e compaixão, contrabalançando os comportamentos de competição, agressividade, autoridade e autonomia. Em outras palavras, os círculos de mulheres podem resgatar a consciência lunar e telúrica (as práticas da Tenda Lunar), em equilíbrio e interação harmoniosa com a mentalidade e o comportamento solar e marciano (características do Império do Sol)" (FAUR, 2011, p. 56-58).

Independentemente das atividades de cada círculo (realização de rituais, partilha de conhecimentos e sentimentos, desenvolvimento pessoal e espiritual etc.), Mirella Faur sugere que se prime pela igualdade, respeito e responsabilidade, sempre proporcionando o mesmo espaço para as mulheres que do círculo participam, podendo existir uma condutora ou organizadora. Assim, de círculo em círculo, mulheres vão se curando e curando o mundo, desconstruindo os padrões outrora impostos.

"Os Círculos de Mulheres são formados um a um. Cada Círculo expande, para mais mulheres, a experiência de pertencer a um deles. Cada mulher, em cada Círculo, que se transforma através de sua experiência nele, leva estas mudanças para outras relações. Até que, em um determinado dia, um novo Círculo se formará e ele será o Milionésimo Círculo - aquele que faz a diferença - e nos levará a uma era pós-patriarcal" (BOLEN, 2003, p. 35-36).

REFERÊNCIAS

BOLEN, J. S. O Milionésimo Círculo. São Paulo: TRIOM, 2003.
FAUR, M. Círculos Sagrados para Mulheres Contemporâneas. São Paulo: Editora Pensamento, 2011.
MATURANA, H. R.; VERDEN-ZOLLER, G. Amar e Brincar: fundamentos esquecidos do humano. São Paulo: Palas Athena, 2004.

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Ser Bruxa ...


Ser Bruxa significa viver e agir na própria essência antiguissima e imorredoura; seguindo aquela luz divina que é a primordial faísca da chama.
Não existe um traço característico que identifique uma bruxa.
Ela ama a natureza e vive sentindo mais do que pensando ou imaginando. Adora a vida em todas as suas formas, reza para os deuses esquecidos porém sempre vivos e sente-se uma rainha, ajuda com palavras gentis, vinga-se se é ofendida, perdoa com arrebatamento, não aceita imposição, mas quase sempre se impõe.
É um espírito livre aprecia a liberdade alheia. Pode ser caprichosa ou perseverante, porém é sempre sábia e confiante de sua magnitude e seu desmedido poder.
Enfurece-se com o mal feito injustamente.
Usa sempre seu poder não pode evitar ...

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Chá para insônia

1 punhado de cravo e camomila
1 punhado de canela e tília
1 punhado de melissa ou erva cidreira
2 copos de água fervendo


Coloque a água sobre as ervas, tampe e deixe esfriar.
Beba à noite!



ORAÇÃO À DEUSA / BRUXA

Eu sou a Deusa, eu sou a Bruxa
Eu sou aquela que ilumina e protege
O poder da grande Mãe está dentro de mim
Que a Grande Mãe a Senhora do Norte, 
Encha de frutos a árvore da minha vida
Grande Deusa que habita dentro de mim
Santifica cada palavra minha e cada ato meu
Afasta cada sombra da minha vida
Ilumina todas as minhas estações
Torna-me forte na dor
Torna-me bela no amor
Que o teu nome e o teu poder 
Sejam o meu nome e o meu poder
Assim sempre foi
Assim sempre será!

domingo, 23 de abril de 2017


O aparente paradoxo entre os aspectos e naturezas das deusas celtas reflete a profunda compreensão do processo de dar/receber, nascer/morrer, começo/fim. Muitas deusas aparecem como figuras promíscuas e destrutivas, mas elas personificavam aspectos da natureza, como a fertilidade e a soberania da terra, que tinham que ser defendidas a qualquer preço para assegurar a sobrevivência dos descendentes. A criação e a destruição são processos interdependentes, existe uma ausência de vida na escuridão da terra que recebe os mortos, mas também é a terra escura que abriga e promove o desabrochar das sementes, que renascem - assim como os mortos nela enterrados – para uma Nova Vida.


sábado, 22 de abril de 2017

Chá para memória esgotada

1 punhado de alecrim
1punhado de ginseng
1 colher de chá de pó de noz moscada
2 copos de água fervendo

Coloque a água sobre as ervas, tampe e deixe esfriar.
Beba de 3 xícaras ao dia!

Deusas Celtas Soberanas da Terra e da Guerra (parte 3)

Na filosofia celta não existia vida sem morte, nem paz sem guerra. Cada ser traz em si estes elementos e pela sua percepção vemos a necessidade do seu equilíbrio, que pode ser desestabilizado pela supervalorização de uma característica em detrimento de outra. Nosso desenvolvimento espiritual depende da compreensão e harmonização de todos oselementos que fazem parte do nosso ser. Somente conhecendo a face escura e selvagem e “domando-a”, poderemos tomar consciência da nossa divina complexidade, conhecendo assim a verdadeira e completa natureza. É possível unir as qualidades maternais e femininas com os aspectos guerreiros, os dons da arte, magia e sedução.
Em muitas referências míticas, iconográficas e literárias vê-se a forte ligação entre as deusas da guerra e a presença de mulheres nas batalhas. Indo além das interpretações tendenciosas romanas e as difamações cristãs, percebemos esta ligação como uma associação simbólica entre guerra e ritual. Para os celtas a caça era uma atividade que envolvia rituais para assegurar o sucesso, da mesma forma como as mulheres celtas vestidas de preto, com os braços elevados e proferindo maldições contra os conquistadores romanos tinham um forte componente ritualístico. As sacerdotisas que atuavam nos campos de batalha usavam encantamentos para atrair poderes sobrenaturais e direcioná-las contra os inimigos, fortalecendo seus companheiros para não recuar perante o inimigo. Os historiadores r omano s descreveram as mulheres celtas como bruxas ferozes e ameaçadores, altas, robustas, com pele alva e olhos azuis e longos cabelos ruivos, sacudindo os punhos com raiva e gritando maldições. Em outras situações, as mulheres ficavam com seus filhos na retaguarda e incentivavam seus homens com gritos e orações para que lutassem melhor e não desistissem.
Das inúmeras mulheres guerreiras, sacerdotisas e rainhas poderosas sobressaem-se duas famosas rainhas: Cartimandua, dirigente dos Brigantes, sacerdotisa da deusa Brigantia e Boudicca governante dos Iceni, que se tornou famosa por venerar a deusa Andraste ou Andarta, a deusa da guerra citada por várias fontes. O nome Boudicca ou Boadiceia se origina na palavra celta bouda que significa vitória. A sua história é repleta de atos de coragem nas batalhas e crueldade com as prisioneiras, que eram empaladas vivas e mutiladas como oferendas sangrentas para a deusa Andraste e uma vingança pelo estupro das suas filhas e a conquista da terra pelos romanos. Existe um forte elo entre Boudicca e Andraste, podendo serem vistas como aspectos de uma mesma entidade, uma residindo no mundo sobrenatural e a outra sendo uma valente dirigente e cruel guerreira humana, ao mesmo tempo servindo como sacerdotisa da deusa da guerra.
Andraste ou Andred cujo nome significa ”A Invencível' era uma deusa irlandesa equiparada com Andarte cultuada na Gália e com características semelhantes à Morrighan, sendo evocada na véspera das batalhas para garantir a vitória. Os romanos diminuíram seu status para uma deusa lunar (por ser a lebre seu totem) e a associaram ao amor e fertilidade. No entanto, o arquétipo original de Andraste é de uma deusa escura e ceifadora, invocada apenas nos momentos de extrema necessidade, pois ela exigia sacrifícios de sangue humano, considerado o mais potente substrato mágico. Ela controlava os fios da vida de cada ser humano, do nascimento até a morte, pois a morte era parte inevitável da vida. O seu lado sombrio (da anciã) era amenizado pelos seus atributos de deusa lunar, regente do amor e da fertilidade (como mãe criadora da vida) e regente da caça (na sua face de donzela).

sexta-feira, 21 de abril de 2017

Deusas Celtas Soberanas da Terra e da Guerra (parte 2)

Em várias lendas, Macha (pronuncia-se Maha) é descrita como uma típica deusa celta tendo um caráter ambíguo: ora generosa e gentil, ora terrível e implacável guerreira. Ela – assim como Maeve – é uma divindade ctônica, ligada às dádivas da terra e à sua necessária defesa e proteção. Maeve (ou Medb) representava o espírito feminino arcaico, existente em cada mulher e que é expresso em grau maior ou menor como comportamento instintivo, impulsivo, corajoso, combativo, sedutor e fértil.

Outras fontes citam Macha como sendo uma das faces de Morrighan, a formidável deusa tríplice da guerra, morte e sexualidade (o meio natural para garantir a fertilidade). As faces de Morrighan chamadas de Morrigna eram conhecidas como: Nemain, o frenesi combativo que infundia o terror nos inimigos, Morrighan, a “Grande Rainha” que planejava o ataque e incitava o heroísmo e a valentia dos combatentes, Macha ou Badb, o corvo que se alimentava dos cadáveres dos mortos em combate e que era associada aos sangrentos troféus da batalha (as cabeças decapitadas dos inimigos, consideradas “sua colheita”). Esta triplicidade também era conhecida com os nomes de Banba, Fotla, Eriu, as ancestrais padroeiras da Irlanda.
A natureza das deusas celtas é multifuncional e com complexos significados, mesclando elementos ancestrais dos pacíficos povos pré-celtas (maternidade, fertilidade) com os dos combativos celtas, onde prevaleciam atributos de guerra, morte e sexo, acrescidos de soberania. Várias divindades representam uma paradoxal união de extremos: amor e guerra, guerra e fertilidade, guerra e soberania. Não existe uma deusa do amor no panteão celta, as deidades - deusas e deuses- simbolizam as forças da natureza e a eterna roda da vida/ morte/renascimento, início/fim/recomeço, em que os opostos se seguem em círculos evolutivos e tem o mesmo peso.

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Chá para combater cólicas menstruais

2 colheres de sopa de camomila
3 anis estrelados
3 colheres de sopa de melissa
6 xícaras de água fervendo


Coloque a água sobre as ervas, tampe e deixe esfriar.
Beba de 3 a 4 xícaras ao dia!

Deusas Celtas Soberanas da Terra e da Guerra (parte 1)

A morte nasce conosco e conosco caminha por todos os instantes da vida, mesmo
que tentemos ignorá-la” John O'Donoghue, escritor irlandês.

Do grande tronco indo-europeu faziam parte os vários povos celtas estabelecidos em diferentes lugares do continente europeu. Considerados pelos romanos como bárbaros valentes, jamais formaram um império pois lhes faltava uma liderança única, as diversas tribos sempre guerreando entre si. Apesar da sua diversidade étnica, entre os séculos VIII e V a.C. houve uma cristalização da cultura celta com a uniformização dos sepultamentos (os mortos passaram a ser enterrados com armas e pertences e não mais cremados), a construção de fortificações com paliçadas e melhor elaboração dos conceitos e costumes sobre vida e morte. A sociedade celta era dividida em clãs e os laços familiares eram muito valorizados. As mulheres celtas se assemelhavam aos homens não apenas pela sua estatura e altivez, mas também com respeito à coragem e participação ativa nas batalhas, conforme comprovam centenas de relatos de mulheres poderosas e rainhas deificadas
como Boudicca e Maeve.

Os celtas respeitavam profundamente a Natureza, honrando a Terra e suas criaturas como elos sagrados na teia da criação e na magia da vida. Esta reverência e o culto de inúmeras divindades ligadas às forças da natureza mantiveram-se intactos mesmo depois da romanização das terras celtas e do sincretismo com os deuses romanos. Porém, a erradicação e perseguição agressiva e opressiva da religião pagã aconteceram com a chegada do cristianismo, que conseguiu impor seus dogmas e proibições apesar da resistência dos druidas e do povo, principalmente o irlandês. Para erradicar a religião pagã e suas tradições os monges cristãos começaram a registrar lendas, mitos, crenças e costumes com as devidas correções e inevitáveis distorções, introduzindo elementos e conceitos cristãos. Mesmo assim, uma boa parte do legado ancestral foi preservada e o substrato original pode ser distinguido se usarmos um “filtro” corretor, olhando além das incongruências conceituais e sobreposições cristãs.
Um dos conceitos celtas mais difíceis de compreender e aceitar - pela nossa cultura cristã e a mentalidade atual - é a associação dos arquétipos sagrados femininos com a guerra. Para transpormos barreiras conceituais devemos conhecer o princípio celta da soberania da terra, sempre representado por uma Deusa Mãe com características protetoras e defensoras. A vida e a sobrevivência dependiam da terra e por isso ela devia ser preservada e protegida, pois desrespeitar a terra e a soberania de um povo significava ofender e ameaçar a própria natureza criadora da vida. A soberania – o verdadeiro poder de quem governava e conduzia os destinos de um povo – pertencia a um arquétipo feminino, a própria Deusa da Terra, com a qual o rei ou governante devia se casar simbolicamente para garantir a prosperidade e paz. O casamento do rei com a Deusa da terra representava as condições indispensáveis para que a soberania se manifestasse: respeito, igualdade, confiança, parceria e solidariedade. A representante da Deusa soberana era uma sacerdotisa ou rainha imbuída de poderes especiais, que até mesmo podia ser divinizada, como se conclui das lendas de Macha, Maeve e Boudicca. Nos mitos aparece de forma metafórica o alerta sobre as consequências da opressão, violência e exploração da natureza e da mulher com os inerentes desequilíbrios, a falta de prosperidade e do convívio pacífico.

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Remexendo o caldeirão: Banho para prosperidade

Material:
8 pedaços de canela em pau
1 noz moscada ralada
1 punhado de erva doce
8 folhas de louro
8 cravos da índia
1 punhado de açúcar mascavo
No terceiro dia da lua crescente ferva em dois litros de água a canela, a noz moscada e os cravos.
Depois acrescente os demais ingredientes, tampe com um pano amarelo por uns 10 minutos.
Tome o banho pedindo coisas relativas a prosperidade!
O que sobrar do banho coloque em um verde.
No mais, é só aguardar os resultados!

quarta-feira, 8 de março de 2017

Dia Internacional da Mulher, data escolhida em lembrança a uma série de manifestações em protesto a um incêndio ocorrido em 1857, em Nova Iorque, em uma fábrica onde as operárias trabalhavam em condições desumanas.

Dia propício para lembrar as vítimas da opressão e da violência, passada e presente e celebrar o fortalecimento crescente das mulheres.
Dia da Mãe Terra na China, a antiga deusa ancestral Di Mu ou Di Ya, celebrando-se as dádivas da Terra com paradas nas ruas, fogos de artifícios, danças e músicas. As pessoas ofertavam “presentes de aniversário” para a Mãe Terra, colocando moedas, flores, incensos e bonecas de papel em buracos abertos e depois cobertos com terra, agradecendo-se por tudo aquilo que lhes dava.

Fonte: O Anuário da Grande Mãe, de Mirella Faur.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

CALENDÁRIO PAGÃO - 07 DE FEVEREIRO

Celebração da deusa grega da lua cheia Selene, irmã de Hélios, o Sol e de Eos, a Alvorada. Juntamente com Ártemis e Hécate, Selene representa a tríplice manifestação da energia lunar: crescente, cheia e minguante. Segundo as lendas, Selene viajava no céu noturno carregando a Lua em sua carruagem mágica e trazendo aos homens os sonhos e as visões.
Festival chinês Li Chum celebrando a primavera. Procissões carregando uma efígie de bambu e papel em forma de búfalo aquático – simbolizando a “vida nova” – iam aos templos. Lá, as efígies eram queimadas, enquanto as pessoas entregavam à fumaça suas orações e seus pedidos de prosperidade.
No Japão, fazia-se homenagens para Kaguya-hime-no-mikoto, a deusa da beleza, da Lua e da boa sorte, cuja árvore sagrada era a canela, usada como chá ou incenso para favorecer os bons sonhos e a boa sorte.
Aproveite a data e comece um jornal de sonhos. Invoque a deusa Selene e peça-lhe para recordar e compreender o significado e as mensagens cifradas de seus sonhos. Ao acordar, antes de levantar-se da cama, recapitule seus sonhos enquanto sua lembrança ainda é recente. Anote-os, mesmo se forem bizarros ou desconexos. De vez em quando releia-os, tentando descobrir seu código onírico pessoal.

*informações extraídas do livro “ O Anuário da Grande Mãe”, de Mirella Faur.