sábado, 13 de maio de 2017

AS SENHORAS DA PLENITUDE - PARTE I

Nas culturas pré-cristãs celebrava-se a colheita com cerimônias de reconhecimento e gratidão pelas dádivas da terra. Os arquétipos cultuados eram na sua maioria femininos, os nomes e atributos variavam, porém os seus atributos comuns eram: abundância, plenitude, felicidade, alegria, celebração. Os povos indo-europeus reverenciavam a Mãe dos grãos ou a Senhora da vegetação sob diversos nomes e manifestações.

No folclore dos povos eslavos, saxões, nórdicos e celtas permaneceram ocultados - em lendas, histórias e “superstições” - resquícios dos antigos cultos, principalmente a importância da última espiga remanescente nos campos, que estaria retendo o “espírito de fertilidade dos grãos”. Ela era cortada ritualisticamente, modelada e vestida como uma mulher, enfeitada com flores e frutos e carregada como representação da Mãe dos grãos em alegres procissões nos vilarejos.

Em alguns lugares era transformada em guirlanda e usada pela moça escolhida como ”Rainha da colheita”, depois guardada e enterrada no próximo plantio. O cristianismo adotou algumas das antigas datas e práticas da época da colheita nas festas e procissões dedicadas à Maria, na Assunção e nas benzeduras de casas, pessoas, animais, ainda realizados nas áreas rurais de Hungria, Polônia, Romênia.


Texto Mirella Faur

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