AINE, DEUSA SOLAR IRLANDESA, RAINHA DO POVO DAS FADAS
“O povo das fadas” (chamado em
gaélico de Sidhe), conhecido das lendas e mitos celtas é remanescente
dos primitivos povos pré-celtas, que habitavam as Ilhas Britânicas desde a
Idade de Bronze. Eles eram descendentes dos Tuatha de Danann, o “Povo da
deusa Danu”, misteriosos seres míticos de natureza sutil, que conquistaram a
Irlanda após vencerem os primeiros colonizadores- Fir Bolg,e que depois
foram vencidos pelos Milesianos. Com a mudança das crenças religiosas e espirituais,
os Tuatha de Danann não mais recebiam a sustentação da sua egrégora pelo
reconhecimento e a gratidão dos seres humanos perante os seus dons e se afastaram
cada vez mais da dimensão material, tecendo um véu de invisibilidade ao redor
do seu mundo. Para se protegerem da violência das guerras - sendo eles seres pacíficos
- se retiraram para outra dimensão, sutil, a ilha mágica Tyr na n'Og, “A
terra debaixo das águas”, situada no Oeste da Irlanda e invisível aos homens.
Uma parte deles se refugiou nas montanhas, colinas, florestas e grutas e as
repartiu entre si, sendo conhecidos como “O velho povo, Os bons vizinhos, O
povo das colinas”, Fairy people ou Fay e suas moradas (barrows)
nas colinas ou elevações de terra chamadas de side ou sidhe (pronunciasse
“chee”), nome que aos poucos passou a ser confundido com os próprios seres.
A comprovação deste fato
encontra-se na crença comum entre as diversas nações celtas sobre a existência
de uma raça de seres sutis, obrigada pelas tribos invasoras a se retirar para o
“Outro mundo”, descrito como uma dimensão subterrânea, dentro das colinas ou
câmaras subterrâneas neolíticas (burial chamber), ou que tinham ido “além-mar”.
Pelo fato que os Sidhe moravam nas câmaras subterrâneas – que eram
usadas para o enterro dos reis - ao longo dos tempos eles passaram a serem confundidos
com os espíritos ancestrais e denominados de Bean-sidhe ou Banshee, que
anunciavam a morte de parentes e apareciam nas suas vigílias pranteando.
Os Sidhe eram formados por
vários grupos ou ordens, distintas umas das outras, mas que funcionavam como
uma coletividade. As terras ocupadas pelos seres feéricos foram chamadas de Fairyland,
“a terra das fadas” e seus caminhos e trilhas, imbuídos de energia mágica e
telúrica, ficaram conhecidos como ley lines, as linhas de energia da
terra, sobre as quais não deveriam ser construídas edificações humanas sob o
perigo de eclodirem acontecimentos estranhos ou perniciosos à saúde. Os locais
sagrados dos Sidhe eram marcados por círculos de pedras, de grama mais verde
ou de cogumelos e deviam ser respeitados e evitados pelos seres humanos. No
nível mágico, os Sidhe conheciam e manipulavam os poderes dos elementos
e por isso, com o passar do tempo e o esquecimento da sua verdadeira origem e
poder, eles foram reduzidos às figuras elementais com nomes diferentes em
função do elemento em que habitavam ou regiam. Nos contos de fadas lhes foi
atribuído o papel de “fadas madrinhas”, conselheiras e protetoras individuais.
Sidhe para os irlandeses representa o estado intermediário entre um
mundo real e o sobrenatural, povoado por seres sutis, etéreos, dificilmente
visíveis pelos seres humanos,
devido às vibrações densas do mundo material. Com o advento do
cristianismo e sua perseguição e proibição, eles esmaeceram na memória do povo,
sendo denominados fadas, duendes e representações malignas do folclore, que viviam
em outras dimensões entre o mundo material e espiritual. Contudo, seu
fundamento psicológico nunca se perdeu e os mistérios ocultos nos contos de
fadas e nas crenças populares conservam as reminiscências do antigo culto.
Aos poucos, as fadas ficaram
restritas ao folclore anglo-saxão e celta, conhecidas como protetoras e
guardiãs das árvores, flores ou jardins, confundindo-se depois com outras entidades
sobrenaturais e, às vezes, sendo consideradas magas e feiticeiras. Foram
descritos muitos tipos, desde as belas fadas das flores, árvores, lagos e rios,
os simpáticos gnomos protetores das moradias, até as entidades perigosas com
dentes pontiagudos e garras afiadas.
Presentes em todas as formas e
manifestações da natureza, as fadas fizeram parte das lendas e do folclore de vários
países, mas nenhum povo como o irlandês conseguiu captar, conhecer e
compreender tão bem os Fays, provavelmente por serem seus descendentes.
O mundo feérico das fadas ainda vive nas crenças e rituais dos camponeses da
Irlanda, País de Gales, Escócia, Inglaterra e Bretanha e conta-se que vários
mortais tiveram contato com o povo das fadas, aprendendo delas a arte da
poesia, música, dança, metalurgia, tecelagem, magia e cura. A Irlanda até hoje
é habitada por duas raças: a visível, dos celtas, e a invisível dos Sidhe,
mas que podia ser vista e “visitada” pelos clarividentes e magos. As divindades
mais conhecidas, consideradas o “Rei” e a “Rainha das Fadas” são a deusa Aine
(pronuncia-se Onyá ou Oine), a regente da fertilidade e o deus
Gwynn Ap Nudd (pronuncia-se guin ap niid), o “Senhor do Outro Mundo”.
Aine é uma deusa arcaica da Irlanda, originariamente uma deusa solar,
soberana da luz, da fertilidade da terra e do amor, cujo nome significava “prazer,
alegria, esplendor”, celebrada no Solstício de Verão e que sobreviveu às perseguições
cristãs ao ser transformada nas lendas em uma “Fada Rainha”. Apesar de deusa
tutelar da província de Munster do Sudeste da Irlanda, muito pouco foi preservado
das suas lendas; mesmo assim o seu culto perdurou até o século 20 mas ela
jamais foi santificada ou mencionada pela igreja cristã. Os costumes a ela associados
continuaram até 1970, preservando sua autêntica essência pagã, os camponeses caminhando
com tochas acesas pelos campos plantados invocando o calor e a luz de Aine para
a abundância das colheitas.
As mulheres idosas queimavam ervas
aromáticas para purificar as casas e afastar as doenças. Aine é irmã gêmea de Grian,
a “Rainha dos Elfos” e também foi considerada como um dos aspectos da Deusa Mãe
celta Ana, Anu, Danu ou Don. Grian e Aine alternavam-se na regência do ciclo solar
na Roda do Ano, trocando de lugar a cada solstício. Aine foi mencionada pela
primeira vez em 890-910 no dicionário Sanas Cormaic com explicações em
latim da etimologia dos termos irlandeses. Mais tarde, apareceram menções no
século XII no livro Táin Bó Cúailnge e no século XV em Cath
Finntrágha sobre a relação da Deusa com os cairns e resquícios neolíticos
encontrados em duas colinas, perto de Lough Gur, consagradas à Deusa, onde
ainda hoje ocorrem ritos em honra à deusa Aine. Uma colina, a três milhas a
sudoeste do lago é chamada Knockaine (em homenagem à deusa) e lá se
encontra uma pedra que confere inspiração poética a seus devotos merecedores e leva
à loucura àqueles que forem punidos pela falta de respeito com os lugares
sagrados. Do topo da colina podem ser avistados inúmeros locais
associados com seres míticos, detalhes topográficos do mito de Aine (como os
castelos dos reis) e das batalhas reais entre conquistadores e nativos.
Existem muitas controvérsias a respeito
da sua origem, alguns pesquisadores a consideram filha de Eogabail, um rei dos seres
míticos Tuatha de Dannan, que teria sido o filho adotivo do deus do mar
Manannan Mac Lir, outras vezes como sendo esposa e algumas vezes filha dele.
Como Rainha dos reinos encantados Aine pertencia aos Tuatha de Dannann e aos
Sidhe e era conhecida como Lenan Sidhe, a amada ou Ain Cliar, a luminosa.
Inúmeros lugares eram dedicados a Aine na Irlanda como Knoc Áine (Condado de
Limerick), Tobar Áine (Condado
de Tyrone), Dun Áine (Condado de Louth), Lios Áine (Condado de
Derry). Com o nome de Aine Marine e Aine of Knockaine, ela é
associada com Knoc Aine/Knockaine, a sua colina em Munster. Na literatura ela
foi descrita como uma “Rainha das Fadas”, a mais famosa sendo Titânia, da peça “O
sonho de uma noite de verão” de Shakespeare.
Assim como
outras deusas celtas, Aine tem diversos aspectos associados a diferentes coisas
e atributos, sendo regente do Sol, junto com suas irmãs Fenne e Grainne e
também das fases lunares. Como deusa tríplice, sua face de Donzela era tanto generosa,
quanto vingativa, recompensando os devotos com o presente da inspiração poética
ou os punindo com a loucura,
se tivesse sido ofendida ou menosprezada. Ela era invocada geralmente
para ajudar, mas se fosse desrespeitada, a sua vingança não tardava. Como Mãe,
era associada aos lagos e poços sagrados, cujos mananciais possuem poderes curativos,
a fonte dedicada a ela Tobar-na-Aine era renomada pelos poderes
curativos. A sua intensa sexualidade a tornou inimiga da igreja cristã, sendo
vista como uma ameaça ao matrimônio e à castidade. Mesmo que o simbolismo relacionado
com a Deusa Mãe tenha sido esquecido quase por completo desde que começaram os
ritos cristãos nas igrejas, o ato de invocação da vida nunca enfraqueceu e ela era
reverenciada como protetora da gravidez e das mulheres, punindo aqueles que as
tivessem ofendido, agredido, perseguido ou violentado. Como Deusa Escura é regente
do teixo, Aine era considerada a “Anciã de Knockaine”, caridosa com aqueles que
lhe pediam ajuda, mas vingativa com quem a explorava pela má fé. Por ser uma deusa
detentora do poder da vida e da morte, Aine podia aparecer para os homens como
uma mulher sábia de rara beleza, qualificada como sidhe leannan, ou
seja, “uma amante-fada-fatal” que exercia tal atração sobre os homens, que eles
sucumbiam aos seus encantos e muitas vezes não sobreviviam. As mais dramáticas
e poéticas histórias do folclore celta são as que relatam o amor entre mortais
e os seres sobrenaturais, mas que não perduram devido a certos tabus,
maldições, diferenças de vibrações e costumes.
Acredita-se que a “amante-fada-fatal”
ainda se manifesta nos dias de hoje e quando escolhe um homem mortal, este está
fadado à morte certa, pois esta é a única maneira viável para que os dois
possam ficar juntos e concretizar seu grande amor. Existem muitas lendas sobre
as escapadas amorosas de Aine, às vezes ela casava com jovens vigorosos e tinha
filhos “encantados”, que dela recebiam o poder de ver o “Povo das Fadas” com a
ajuda de um anel mágico. Quando ela se apaixonou pelo jovem e belo herói Fionn,
ela jurou que jamais iria amar um homem com cabelos grisalhos. Mas uma das suas
irmãs também amava Fionn e através de um encantamento conseguiu que seus cabelos
ficassem grisalhos, mesmo ele continuando jovem. Fiel à sua geasa (promessa
mágica) Aine afastou o herói. Segundo
outra, entre tantas lendas, conta que Aine estava sentada nas margens do lago Lough
Gur, penteando seus longos cabelos dourados, quando Gerold, o Conde de Desmond,
a viu e sentindo-se fortemente atraído por ela, roubou-lhe o manto dourado e só
o devolveu, quando ela concordou em casar-se com ele. Desta união nasceu Geroid
Iarla ou Earl Gerald, denominado "O Mago"; após o nascimento do
menino, Aine impôs ao Conde Desmond, um tabu que o impedia expressar surpresa a
qualquer coisa que o filho fizesse. Entretanto, ele quebrou tal tabu,
exclamando alto quando viu o filho entrando e saindo de um frasco, fato que desfez
o encanto e Aine recuperou sua liberdade. Aine dirigiu-se para a colina de Knockaine,
transformando-se em um cisne; dizem que é lá que ela ainda reside em seu castelo
encantado, cercada por Fadas. Em outra versão, ela se recolheu na ilha Garrod
no lago Lough Gur no condado de Limerick e Gerald depois transformou-se em um
ganso selvagem que voou alto seguindo o rio Lough, encontrando repouso no
castelo da mãe. Lough Gur era um antigo sitio sagrado pré-histórico, com
reminiscências de câmaras subterrâneas, grutas e círculos de pedras do período neolítico
ao seu redor, onde foram encontrados restos de oferendas votivas e grãos.
Outra lenda descreve como Gerald
vivia abaixo das águas do lago, de onde saia cada sete anos cavalgando ao redor
do lago até gastar as ferraduras de prata do seu cavalo, dia em que ele voltará
para expulsar estrangeiros e malfeitores da Irlanda. Dizia-se também que de
sete em sete anos ele emergia das águas como um fantasma montado em um cavalo
branco; o lago sumia dentro da terra aparecendo no seu lugar uma árvore
sobrenatural, coberta com tecidos verdes e guardada por uma anciã, que tinha o
poder de elevar as águas do lago se a árvore corresse perigo.
Em outra lenda, o rei Ailill matou
Egbal, o pai de Aine e a violentou, mas ela relutou e arrancou sua orelha, o
que lhe ocasionou o apelido de Ailill-sem-orelha. Aine jurou se vingar e após
um tempo, Ailill foi morto por ela com uma poderosa magia, da mesma forma como
se vingou de outro rei, que também a ofendeu. Seu filho Egan - que nasceu após
ela ser violentada por Aillil - se tornou rei de Munster e fundador de uma
famosa dinastia. Muitas famílias de Munster com o sobrenome de O'Corra ainda
acreditam que são descendentes de Aine, por eles venerada como a melhor e mais
bondosa deusa. Existem muitas situações que se repetem ao longo da história
celta, em que uma deusa ou rainha é violentada e conquistada por um rei, simbolizando
o domínio dos invasores sobre a população nativa e a decorrente vingança da
terra quando maltratada ou destruída. Em todas estas lendas percebe-se como a determinação,
engenhosidade e paciência de Aine ou de outras deusas ou rainhas, as ajudaram
se libertar das
imposições patriarcais. Aine tinha o poder de metamorfose, se
transformando tanto em um cisne branco, quanto em uma égua vermelha de nome Lair
Derg, e que ninguém conseguia alcançá-la. Acreditava-se que na noite do
Solstício de Verão, moças virgens, que pernoitassem na colina de Knockaine, poderiam
ver a Rainha das Fadas passando com toda a sua comitiva. O mundo das fadas só
se tornava visível pelos portais mágicos, chamados “anéis de fada”, círculos
marcados na grama ou no meio de árvores, que eram indicados pela
própria Aine. Uma gruta de Knockaddon supunha-se ser ligada a Tir na n'og (o
“Outro Mundo” celta) e de lá Aine chegava no Lammas para dar à luz a um feixe
de grãos, o seu filho Eithne (o termo gaélico para grãos). Três dias no
ano eram dedicados à ela: a primeira sexta-feira, sábado e domingo após o
Sabbat de Lammas. Era nestes dias que ela retornava como uma mulher sábia, que ensinava
aos homens como caminhar em união e amor sobre a terra, domínio da sua mãe, a
deusa Danu. No Sabbat Samhain dizia-se que Aine saia das suas colinas
cavalgando um touro vermelho e era reverenciada com fogueiras acesas em todas
as colinas sagradas. Sendo associada com os Sabbats, Aine podia se manifestar
como a Donzela da primavera, a Mãe das colheitas e a Anciã do mundo subterrâneo.
Como Donzela aparecia também como uma sereia, que penteava seus longos cabelos
com um pente de ouro na margem do lago, continuando a fazer isso até o pente ia
ser gasto e seu cabelos ficando brancos. Nos dias dedicados a Aine era proibido
derramar sangue, para que a centelha vital não se esvaísse do corpo de outros
animais ou doentes. Às vezes ela era vista numa barco junto com seu pai Manannan
ajudando os marinheiros perdidos. Durante a
grande fome ocasionada pela crise irlandesa das batatas, Aine aparecia
no topo da sua colina entregando comida para os famintos.
Aine era invocada no Solstício de
verão na colina de Knockaine para ritos de amor, fertilidade e abundância das colheitas,
prosperidade das pessoas, separações e desfechos dolorosos nas relações
amorosas. Ela ampliava a visão e podia facilitar o contato com o mundo das
Fadas, potencializando os poderes mágicos e extrassensoriais. Os camponeses
saiam em procissão após acenderem as fogueiras na sua colina e caminhavam pelos
campos com tochas acesas, feitas com feixes de palhas e ervas solares amarrados
em postes. Eles purificavam os campos e o gado com as chamas, pedindo proteção
e fertilidade e esperavam que Aine e os Sidhe aparecessem para eles, abrindo um
portal para o Outro Mundo. As cinzas das fogueiras eram espalhadas depois nos
campos para atrair fertilidade. Nas noites de lua cheia, os doentes eram
levados para se banharem no Lough Gur; se até o nono dia eles não se curavam,
as pessoas sabiam que em breve iriam ouvir o canto das ancestrais Banshee,
prenunciando-lhes um sono profundo e sem dor, durante qual iam passar para o
reino dos Sidhe. Após a sua passagem, havia uma vigília prolongada, quando os
familiares se reuniam entoando os cantos de lamento chamados keenings, dádiva
das banshees. As mulheres idosas honram ainda Aine no Samhain e Litha e queimam
ervas aromáticas para purificar as casas e afastar as doenças. Elas acreditam
que foi Aine que impregnou o aroma nas flores e frutos e que seu brilho aquece
os corpos e ilumina as almas. Apesar da sua memoria ter se perdido na bruma dos
tempos, os velhos costumes e tradições guardados no folclore são resgatados por
pesquisadores e adeptos atuais das tradições celtas. Cada ano, um número maior
de pessoas se reúne no solstício de verão na colina Knockaine, saúda o nascer
do sol e homenageia Aine, “A Brilhante” com canções, orações e oferendas de
flores, grãos e leite.
A mensagem que Aine traz para as
mulheres atuais é acreditar no seu próprio poder, firme e forte, mas envolto na
cor diáfana da suavidade amorosa. Ela nutre o corpo e o espírito com calor e
luz, sendo protetora da natureza vegetal, animal e humana. Aine confere
fertilidade física, mental e espiritual, apoia e incentiva o alcance dos sonhos
e ambições com palavras que poderiam ser resumidas nesta frase: ”arrisque-se
e coloque o desejo do seu coração em ação!”. Mesmo quando os planos
iniciais não se concretizaram, a mulher deve seguir adiante, com coragem e
confiança, sem permitir que opiniões e movimentos alheios impeçam a busca dos
seus objetivos. Ficar parada ou lamentar perdas e fracassos não leva a nada e o
tempo passa sem perceber, deixando para trás lamentos, remorsos e inação. São
as perdas e fracassos do passado que nos ensinam a viver melhor, não se pode
julgar uma decisão passada com o discernimento do presente, pois as decisões
são tomadas com a consciência do momento. É importante saber qual é a missão
que a mulher veio realizar no mundo e se empenhar para cumpri-la, com todas as
suas forças. “Confiar, se preparar e agir” é o legado deixado por Aine
para as mulheres; após ter refletido, tomado uma decisão e estabelecido um
plano de ação, deve ser dado inicio ao caminho escolhido, com pequenos e
cautelosos passos, sem parar, titubear ou recuar. Com a ajuda de Aine, as
mulheres podem resgatar, diversificar e expressar o ilimitado potencial da
natureza e essência feminina.
Aine pode ser invocada em ritos de
amor, fertilidade, na gravidez, magia natural com a ajuda das fadas,
abundância, prosperidade, separação dolorosa, para punir traições e ofensas das
mulheres por homens, quebras de promessas e exploração da terra. Ela amplia
nossa visão e pode facilitar o contato com os mundos sutis; por dominar as
artes mágicas, Aine auxilia a potencializar os dons mágicos e extrassensoriais,
sendo-lhe atribuído o poder da energia vital, a centelha sagrada que sustenta
os seres vivos.
Seus símbolos mágicos são: égua
vermelha, lebre, gado, ganso selvagem, cisne, plantações férteis, bastão,
sinos, flores, trevo de três folhas, madressilva, angélica, amoras, sabugueiro,
linho, alho, artemísia, lavanda, urtiga, hera, visco, azevinho, bétula, freixo,
teixo, carvalho, fitas multicoloridas e harpa.
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