quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

PARA REFLETIR


A pessoa se torna intolerante e irritada quando está sobrecarregada emocionalmente, quando não consegue lidar com suas limitações... Pode ser por questões que está vivendo hoje, ou por coisas que já aconteceram há muitos anos e não consegue superar, por excesso de ego ... A pessoa se sente presa e sufocada pelos problemas, pela energia do fracasso. Fica carregada de sentimentos negativos, sensível a qualquer situação o que a deixa desconfortável, tornando-a cada vez mais impaciente e “explosiva” e principalmente culpando os outros por seus fracassos ... Jung já dizia que a “sombra” é perigosa quando não reconhecida, pois projetamos nossos aspectos destrutivos no mundo e nos outros e somos inteiramente escravos dela até que domine nossa mente e passemos a pulsar somente ódio, tristeza, julgamentos, dor, reclamações... Começamos a ver defeitos em todas as pessoas, julgamos e enxergamos a sombra de nosso vizinho, da religião que não seja a nossa, de outra cultura, mas não vemos nossa sombra.


Às vezes antes de sair julgando o próximo ou a situação é sempre bom a gente olhar para nós mesmos ... será que não estamos projetando nossas sombras/frustações no outro???

Dica da Bruxa para esta situação:

* QUANDO SOMOS NÓS QUE PRECISMOS TRABALHAR NOSSAS LIMITAÇÕES: banhos com pétalas de rosas, folhas de bergamota e camomila

* QUANDO SOMOS NÓS OS JULGADOS: banho de jasmim

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Dakini

Dakini, As Dançarinas Celestes e Mestras da Sabedoria Feminina

No Budismo Tibetano as Dakini aparecem como figuras misteriosas e complexas. Vistas como emanações da mente iluminada, representam o princípio da sabedoria manifestado em forma feminina e que beneficia todos os seres humanos. São representadas de duas maneiras: luminosas, as mensageiras do Dharma e escuras, ou mundanas.
No seu aspecto luminoso e benigno aparecem como seres sobrenaturais sutis e imortais, celestes e etéreos, de natureza volátil, que existem desde sempre e que orientam e testam a dedicação e cumprimento dos compromissos espirituais dos iniciados. Suas imagens as mostram como mulheres lindas e nuas, segurando taças de caveiras com sangue menstrual - o elixir da vida - e armas diversas (arcos, flechas, adagas). Usam cabelos longos e soltos, guirlandas (malas) de caveiras e se apoiam em bastões com forma de tridentes. Na mitologia ocidental são equiparadas com anjos, elfos, fadas; nos mitos hindus foram associadas com as Apsaras, as graciosas e voluptuosas ninfas e com as Gandharvas, as dançarinas celestes. Para os praticantes budistas a Dakini simboliza os vários níveis da realização espiritual individual: o reconhecimento da sacralidade do corpo (feminino e masculino), o encontro profundo entre a mente e o corpo durante os estados meditativos, o reino visionário das práticas ritualísticas e o espaço do silêncio contemplativo e vazio mental. A mente de um lama ou guru é vista como sendo a sua Dakini, por englobar o vazio e a sabedoria.
As Dakini agem como protetoras da sabedoria atuando como um canal de comunicação sutil ou sendo a própria fonte de graça e iluminação. Ao mesmo tempo, elas revelam – ou ocultam - comunicações espirituais, profecias ou presságios, sendo valiosas colaboradoras na compreensão e interpretação de textos sagrados, parceiras ou consortes nos planos sutis das práticas tântricas. A Dakini iluminada ou Dharma Dakini da tradição tibetana tem os poderes sobrenaturais e aspectos benéficos de uma Mãe divina, guia espiritual dos budistas e que confere visões aos praticantes de ioga e tantra, seus discípulos. Ela é a guardiã dos pontos de transição da vida, transmissora da graça divina, musa da inspiração e mestra na expansão da consciência, mensageira entre o céu e a terra, sendo honrada no vigésimo quinto dia do ciclo lunar. Portanto a Dakini pode ser definida como a natureza sutil e misteriosa da mente em forma feminina, ventre celeste, vazio criativo, espelho da serenidade mental, emanação arquetípica da essência do ser, que é capaz de evoluir para uma oitava mais elevada expandindo sua compreensão para além de conceitos e condicionamentos. Sua “morada” e refugio é o hemisfério direito; seu contato é alcançado pela contemplação, silêncio mental e intuição. A Dakini nos convida cortar as amarras, ilusões e limitações, dançar em êxtase com a beleza da verdade divina e honrar a sabedoria feminina. A sua dança evoca o movimento da energia no espaço e no céu, que tanto representa o potencial de todas as manifestações, quanto a impermanência e o vazio de todos os fenômenos. Ela pode transformar energias e emoções negativas em consciência de luz e testa o controle dos iniciados sobre suas paixões, apegos e desejos.


Texto Mirella Faur

domingo, 2 de fevereiro de 2014

WORKSHOP SAGRADO FEMININO


LUGHNASADH: LAMMAS


                         
Sabbath da Primeira Colheita (02 de Fevereiro no Hemisfério Sul / 01 de Agosto no Hemisfério Norte), também conhecido como Lughnasadh (pronuncia-se "lug-na-ssádh") - O nome original (Lughnasadh) significa, literalmente, a "festa de Lugh" (Lugh é um deus celta), Véspera de Agosto e Primeiro Festival da Colheita, o Sabbath Lammas é um Festival da Colheita.
Tema do Sabbath:  A Deusa como a Rainha de abundância,  é honrada como a mãe que deu luz  à generosidade.  O Deus é honrado como o Pai da Prosperidade. Neste dia, o pão é assado por tradição e as primeiras frutas do jardim são colocadas sobre o  altar. Uma porção do pão é oferecida tradicionalmente ao povo das fadas.
Nesse Sabbath (que marca o início da estação da colheita e é dedicado ao pão), agradecemos aos deuses pela colheita com várias oferendas às deidades para assegurar a continuação da fertilidade da terra, e honramos o aspecto da fertilidade da união sagrada da Deusa e do Deus.
Nesse dia sagrado, os sacerdotes druidas realizavam rituais de proteção e homenageavam Lugh, o deus celta do sol.
Em outras culturas pré-cristãs, Lammas era celebrado como o festival dos grãos e o dia para cultuar a morte do Rei Sagrado.                  
A confecção de bonecas de milho (pequenas figuras feitas com palha trançada) é um antigo costume pagão realizado ainda hoje como parte do rito do Sabbath de Lammas. As bonecas (ou bebês da colheita, como são chamadas algumas vezes) são colocadas no altar para simbolizar a Deusa Mãe da colheita é costume, em cada Lammas, fazer (ou comprar) uma nova boneca de milho e queimar a anterior (do ano passado) para dar boa sorte.    
Os alimentos pagãos tradicionais do Sabbath Lammas são pães caseiros (trigo, aveia e, especialmente, milho), bolos de cevada, nozes, cerejas silvestres, maçãs, arroz, cordeiro assado, tortas de cereja, vinho de sabugueiro, cerveja e chá de olmo.

Correspondências de Lughnasadh

·         CORES: marrom, laranja, vermelho, amarelo.
·         DEUSES: das colheitas e dos grãos, o principal deus é Lugh.
·         ERVAS: peonia, flor de trevo, heliotrópio, verbena, murta, rosa, girassol, musgo irlandês, trigo, salsa, centeio, aveia, cevada, arroz, alho, cebola, manjericão, menta, babosa, acácia, folha de maçã, folha de framboesa, folha de morango, folha de uva, azevinho, confrei, calêndula, vinheiro, hera, avelã, espinheiro-preto, sabugueiro.
·                    PEDRAS: olho-de-gato, citrino, aventurina, topázio dourado, obsidiana, ágata musgosa, rodocrosita, quartzo claro, mármore, ardósia, granito, seixos de rio.

Algumas sugestões de jogos de Lammas:
• Corrida com três pernas
• Corrida com ovo na colher
• Corridas de revezamento em equipe
• Braço-de-força (em homenagem ao Deus)

O importante é adaptar os jogos às pessoas que estarão participando das festividades no dia. Use a criatividade!                  
Dedicado à Lugh, o deus celta da luz, o sabbath representava seu sacrifício anual que garantia a maturação das sementes, sua colheita e o fornecimento dos grãos para o próximo plantio. Neste festival, temos o outono paralelo à união sacrificial de Beltane com o deus do ano crescente.              O Deus-Sol se sacrifica para renascer nos grãos, o que faz deste festival uma celebração essencial dos grãos e pães.      
Tailtu, a Deusa Mãe, também era celebrada com danças e cantos, exaltada como a fonte de toda vida e abundância. Os primeiros frutos e cereais colhidos eram-lhe ofertados nos altares de pedra dos bosques sagrados de carvalhos.             Vemos Lammas, então, como um festival de regeneração. É o primeiro festival da colheita (depois vêm Mabon e Samhaim). Celebramos a Deusa, a plenitude da Terra, a agricultura e todas as realizações em nossas vidas.                    
No início de fevereiro, celebramos a primeira colheita. É de extrema importância que celebremos o alimento que um dia foi cultivado e hoje está em nossa mesa. A Terra foi fecundada pelo Sol e graças a esse casamento sagrado temos o que comer; temos vida.                                                                  O Sol alcançou seu ponto mais alto no solstício de verão e agora está minguando cada vez mais... Devemos celebrar tudo o que foi feito, assim como a ida do Deus para a Summerland (País de verão). Os dias estão ficando mais curtos e começamos a tomar consciência da chegada do inverno em breve. Uma festa de grãos, frutas e vegetais é alegremente celebrada, como todos os festivais pagãos.

Antigas tradições:

- Fazer velas para honrar a Deusa e o Deus.
- Coletar água da chuva e de tempestade para o uso de feitiços e para potencializar objetos mágicos.
- Criar e enterrar uma Garrafa de Bruxa.
- Fazer uma Boneca de Milho e guardar para o próximo Imbolc.
- Fazer uma Roda de Milho.
- Fazer um piquenique mágico com libações para a terra, de pão e vinho.
Comidas típicas: ervas frescas, frutas e vegetais, pão de milho e de grãos, amoras pretas, tortas, sidra, vinho de pétalas de rosas.
- Fazer pão de grãos

Alguns costumes de Lughnasadh

- Lughnasadh era a festa céltica que comemorava os jogos funerais de Lugh. Não a morte de Lugh, mas os jogos que ele institucionalizou para honrar a morte de sua mãe adotiva, Tailtu. Na Irlanda, Lughnasadh é chamado de "Jogos de Tailtu".
- Nos antigos rituais de Lammas, havia uma efígie do Deus Milho feita com vime e outros materiais. O homem de vime era preenchido com todos os "sacrifícios" da aldeia: frutas, grãos, riquezas, vinho e outras oferendas. Uma fogueira enorme era construída e consagrada. Durante a cerimônia deste festival, o homem de vime era lançado sobre o fogo e sacrificado, levando assim os desejos das pessoas ao mundo dos deuses.
- Simplificando a ortografia, Lúnasa significa "mês de agosto" em gaélico-irlandês. Lunasda e Lunasdal signigicam "Lammas" (primeiro de agosto em gaélico-escocês). Na Ilha de Man, o equivalente é Laa Luanys ou Laa Lunys. Na Escócia, é Iuchar. Na península de Dingle é conhecida por An Lughna Dubh ("o festival sombrio de Lugh").

Lugh

Na maioria dos livros, encontramos Lugh classificado como um deus solar, mas ele é muito mais complexo do que isso. Provavelmente, tais associações suas ao Sol devem ter vindo dos povos gregos e romanos, ao entrarem em contato com a cultura celta. Na Gália e na Grã-Bretanha, existem muitos exemplos de cultos ao deus Lugh.
O nome Lugh vem do irlandês antigo e significa "brilho" ou "luz". Seu nome, aliás, aparece no nome de muitos lugares da Europa: Lugo (na Galícia), Leiden (na Holanda), Luguvalium (na Inglaterra), Lughbhadh (na Irlanda), Lugdunum (hoje Lyons, na França).
Há um grande número de imagens de Lugh nas terras célticas, o que comprovam a sua importância. De acordo com Cláudio Crow Quintino, autor de 'O Livro da Mitologia Celta', "na Gália foram encontrados diversos vestígios dos cultos a esta deidade, que se manifesta - de acordo com o padrão celta - de forma tríplice". E continua: "A representação iconográfica de Lugos, seu nome gaulês, por vezes o mostra com três rostos e três falos."Isso confirma a sua natureza tríplice. Existia um festival chamado Oidhche Lugnasa, o festival do Pão Fresco, que é uma celebração celta da colheita dedicada à deusa Tailtu e a Lugh. Ela era uma antiga deusa irlandesa da Terra, mãe de Lugh. Ele então criou o festival de Lughnasadh para reverenciá-la. Em tempos antigos, tais celebrações duravam cerca de quinze dias, e depois foram cristianizadas como "a Festa da Colheita".

Canção de Lammas:

Dê graças pelas bênçãos, dê graças pelas lições
Dê graças por tudo o que a Deusa dá
Dê graças por mostrar nossos sonhos que agora estão crescendo
Dê graças a presença da Deusa em nossas vidas

Refrão:
Obrigado, obrigado, ó Grande Mãe Obrigado...

Com o primeiro milho verde nossos sonhos estão tomando forma
Pedimos força para ver a verdadeira colheita nascer
Mãe do Milho, do Pé, e do Chifre
Agradecemos pela generosidade que você trouxe à nossa porta

(Refrão)
Mãe do grão, do Sol e da Chuva
Oramos por uma colheita abundante de novo
Damos graças pelas bênçãos, damos graças pelas lições
Damos graças por tudo o que a Deusa dá”


Um toque Brasileiro:


Grande parte dos wiccanos brasileiros preferem utilizar simbolismos mais próximos à cultura do Brasil, principalmente os simbolismos da cultura indígena (que são considerados os mais ‘originais’ dos brasileiros).
Nesse sabnath, podemos citar a Deusa indígena Mani. Segundo a lenda, a filha do chefe de uma tribo apareceu grávida, porém ela jurava não ter se deitado com homem algum. O pai, seguindo a tradição, mata-la-ia; entretanto, na noite anterior ao ato, um espírito dos Antigos Anciãos da sua tribo veio-lhe em sonho e disse-lhe que a criança possuiria uma grande magia e que não deveria ser morta.
Quando a criança nasceu, sua pele era tão branca que mais parecia a própria lua a brilhar. Já nasceu sabendo falar, no segundo dia de vida, aprendeu a andar. Após um ano, aconselhando a tribo com as sábias palavras de uma Deusa, Mani morreu. Segundo a tradição, foi enterrada na oca de sua mãe, que a regava todos os dias.
Dentro de algum tempo, uma planta nasceu naquele lugar, uma planta cujas raízes escuras eram tão grandes que chegaram a sair do chão. Entretanto, o interior da raiz era tão branco quanto a alva pele de Mani; assim a planta ficou conhecida como Mandioca, que quer dizer, a Oca (casa) de Mani.
Por isso, em honra a Deusa Mani, também é muito comum no Brasil a valorização da mandioca e de outras plantas típicas no ritual de Lughnasad: a Festa da Colheita.


Fontes: Grimoire
                Wicca: A Religião da Deusa
                Ritos e Mistérios da Bruxaria Moderna
                Guia Prático da Wicca
                A Dança Cósmica das Feiticeiras
                O Livro das Sombras de Scott Cunnigham
               Wicca Brasil, Guia de Rituais das Deusas Brasileiras
Wicca Essencial
O Livro da Mitologia Celta