LITHA – SOLSTICIO DE VERÃO
O Solstício do
Verão (ou Meio do Verão, Alban Hefin ou Litha), também conhecido como Dia de
São João, na Europa, marca do dia mais longo do ano, quando o Sol está no seu
zênite. Para os Bruxos e os Pagãos, esse dia sagrado simboliza o poder do sol,
que marca um importante ponto decisivo da Grande Roda Solar do Ano, pois, após
o Solstício do Verão, os dias se tornam visivelmente mais curtos.
Em certas
tradições wiccanas, o Solstício do Verão simboliza o término do reinado do ano
crescente do Deus Carvalho, que é, então, substituído pelo seu sucessor, o Deus
Azevinho do ano decrescente. (O Deus Azevinho reinará até o Sabbath do Inverno
do Natal, o dia mais curto do ano.)
O Solstício do
Verão é uma época tradicional, em que os Bruxos colhem as ervas mágicas para
encantamentos e poções, pois acredita-se que o poder inato das ervas é mais
forte nesse dia. é o momento ideal para as divinações, os rituais de cura e o
corte de varinhas divinas e dos bastões. Todas as formas de magia
(especialmente as do amor) são também extremamente potentes na véspera do
Solstício do Verão, e acredita-se que aquilo que for sonhado nessa noite se
tornará verdade para quem sonhar. No
solstício de verão, o Sol está em seu ápice; ele mantêm o seu maior brilho e
elevação. O meio de verão, como é chamado, é celebrado pelas bruxas e bruxos
pela sua abundância e plenitude no ano, trazendo fetilidade à Terra.
O solstício de
verão é tanto um festival de fogo quanto um festival da água; o fogo sendo um
aspecto do Deus e a água um aspecto da Deusa. O festival desenvolveu-se menos e
tardiamente nos países celtas, pois estes não eram originalmente de orientação
solar. Muitos dos costumes sobreviveram até os tempos modernos, como rolar
colina abaixo uma roda pegando fogo. Como acontece em Beltane e em Samhaim, a
fogueira é destituída de grande poder mágico.
A Deusa e o Deus
estão no êxtase de sua união e vemos a Natureza cheia de frutos e flores belos.
É o ápice do amor passional entre ambos; a Deusa reina como a Rainha do Verão e
o Deus aproveita seu auge, pois depois começará o seu declínio até renascer no
inverno.
Devemos
nos lembrar que a mudança é a essência da vida, pois tudo carrega dentro de si
a semente do seu oposto. O Sol está com seu poder no auge, mas a partir daí
começa a decair. Vida e morte fazem parte de todos os aspectos na Natureza e em
nossas vidas. Para
bruxas e bruxos modernos, o fogo é um aspecto central do festival do solstício
de verão, assim como é em Beltane. Mas o caldeirão também é usado neste
sabbath, cheio de água, para representar a abundância da Deusa, e também nos
remeter ao caldeirão de Cerridwen. Outros povos
antigos também festejavam a abundância do verão com festivais semelhantes:
Vestália (Roma), Dia dos Casais (Grécia), Festa de Epona (País de Gales),
Thing-Tide (Escandinávia), Alban Heflin (tradição anglo-saxã) ou a Dança do Sol
(nativos norte-americanos). Por
causa do solstício, existem os trópicos de Câncer e Capricórnio. No solstício
de verão no hemisfério sul, os raios solares incidem perpendicularmente à terra
na linha do Trópico de Capricórnio. No solstício de inverno, ocorre a mesma
coisa no Trópico de Câncer.
Alguns antigos
costumes do Solstício de Verão
- Na Europa, as
celebrações deste sabá foram absorvidas pela festa cristã de São João, cujo
nome originou-se da erva usada com fins curativos e mágicos, como proteção ou
para proporcionar sonhos e presságios.
- As homenagens
aos seres da Natureza ou às divindades naturais também foram sbstituídas pelas
populares e folclóricas festas juninas.
- Antigamente,
os casamentos eram celebrados em junho para garantir-se a fertilidade, sendo
esta uma data muito propícia, embora diferente de Beltane, que era reservada
aos ritos de fertilidade e ao Casamento Sagrado das divindades.
- Em Creta, o
Ano Novo começava no solstício de verão, marcando o fim da colheita do mel.
Para os cretenses, o zumbido das abelhas era a voz da Deusa anunciando a sua
regeneração. O touro personificava o Deus e, ritualisticamente, era sacrificado
para simbolizar a sua morte e seu renascimento das entranhas da Terra. A lenda
do Minotauro representa nada mais nada menos do que a descida simbólica à
escuridão, encarando os medos e encontrando os meios da renegeração, ao seguir
o fio da vida tecido pela Deusa.
É a época de florescimento do carvalho.
Após a união da Deusa e do Deus em Beltane, O Deus está adulto, um homem
formado, e tornou pai (dos grãos). Em sua plenitude e felicidade ele traz o
calor do verão e a promessa total de fertilização com o sucesso da fertilização
feita na Deusa.
Sendo o auge do
Deus também prenuncia o seu declínio, nesse momento o Deus, após cumprir a sua
função de fertilizador, dá seu último beijo em sua amada e caminha ao país do
Verão (Outro Mundo), utilizando o Barco da Morte para morrer em Samhain. Em
algumas tradições festeja-se a despedida do reinado do Deus do Carvalho (Senhor
do Ano Crescente) e o início do reinado do Deus do Azevinho (Senhor do Ano Decrescente)
que durará até Yule.
Este é o único
Sabbath em que às vezes se fazem feitiços, pois seu poder mágico é muito
grande.
É hora de
pedirmos coragem, energia e saúde, devemos wer humildes para não ficarmos cegos
com o brilho do sucesso e do Poder.
Costumes de
Litha:
Há uma infinidade de lendas e ritos que envolvem a noite do Solstício de Verão:
Um dos costumes mais
populares na Europa e Norte da África é a colheita de ervas medicinais e
mágicas nesse dia. Acredita-se que a plenitude da força do deus está impregnada
nessas ervas e contém todo o poder sanador e mágico para a cura de doenças.
O Visco e o basílico, como outras muitas
ervas, são colhidos ritualisticamente e usados para preservar a energia nos
tempos frios em encantamentos e sortilégios.
Banhos
purificadores e curas milagrosas são realizados nas noites mágicas dessa data
em fontes, rios e cachoeiras. Acredita-se também que tudo aquilo que for
sonhado, desejado ou pedido na noite de Litha se tornará realidade.
Os antigos Povos
da Europa acreditam que, nessa noite, Puck, Pã e todos os Elfos, Fadas, Duendes
e Gnomos andam correndo pelos campos e florestas e poderiam facilmente ser
vistos e contatados.
Nesse dia os
amuletos do ano anterior são queimados e novos talismãs de proteção, poções
para sonhos proféticos e filtros são feitos para aproveitar o grande momento de
poder.
É costume dar
continuidade a grande fogueira de Beltane, como também pula-la para se livrar
dos infortúnios e da negatividade. Tradicionalmente essa fogueira é acesa com
gravetos de abeto e carvalho, duas árvores mágicas.
Litha é o
momento de fazer rituais em praias, cachoeiras, ao ar livre, praticar divinação
e brincadeiras, cantar em homenagem aos Deuses Antigos, dançar e contar
histórias em volta da fogueira.
Antigas
tradições:
- Pular fogueira ou um caldeirão em chamas
- Pintar runas e outros símbolos mágicos em pedaços de madeira, conchas, papel
ou pedras
- Colher ervas e plantas mágicas nesse dia
- Fazer bastão mágico
- Fazer cruz solar
- Fazer coleira de bruxa (Witch´s Ladder)
- Acender velas e fazer oferendas ao Povo das Fadas
- Pendurar ervas na lareira, sala e cozinha para secarem
- Fazer círculos de velas vermelhas ou ervas solares
- Queimar pedidos no caldeirão
Comidas típicas: frutas tropicais, vegetais frescos, patês de ervas, pães de
cereais, vinho, sucos, cerveja e água.