Tem anos em que a Páscoa é em abril, mas, às vezes, cai
em março. Você sabe como isso funciona no nosso calendário?
A data da Páscoa é
algo que a maioria das pessoas aceita sem questionar o fato de não ocorrer numa
data fixa!
A primeira lua cheia
do outono (primavera, no hemisfério norte) é chamada de Lua de Páscoa.
Tradicionalmente, a comemoração da Páscoa é datada como o primeiro domingo
depois dessa lua cheia.
A discussão para a
fixação de uma data para celebrar a ressurreição de Cristo aconteceu no
Concílio de Nicéia no ano de 325, que estabeleceu regras bastante rígidas para
a determinação da Páscoa: ela é celebrada no primeiro domingo após a lua cheia
que vier depois de 21 de março, início da primavera no hemisfério norte, pois isto
substituiria os ritos pagãos de fertilidade.
Para entendermos
melhor o que o Concílio de Nicéia tentou suprimir é necessário analisarmos não
somente a Páscoa, mas, o Carnaval que a antecede, claro que sabemos que o carnaval não é uma festa cristã. Na
verdade, ela é anterior ao Cristianismo e seus primeiros relatos foram
atribuídos à Roma, na Antiguidade.
Os romanos organizavam festivais para quase tudo e alguns deles
podem ter relação com o carnaval moderno. Naquela época, o ano estava dividido
em dez meses – começando em março, com a primavera.
Fevereiro era fim-de-ano, quando acontecia a Februália, em
honra a Februs, deus associado à morte e purificação. Mas a Februália não era
tempo de regozijo. Orações e oferendas pediam para que a chegada da primavera –
e o novo ano – trouxesse boa colheita.
Antes havia a Saturnália, em honra ao deus Saturno da
mitologia grega. Um período em que as pessoas não trabalhavam, trocavam
presentes e até os escravos eram temporariamente tratados como iguais.
Na Roma Antiga, também iremos encontrar os festivais em honra
aos deuses Baco e Saturno, onde percebemos o carnaval associado às Bacanais ou
Grandes Dionisíacas (festa da terra, do vinho e da floresta), efetuadas em
honra a Baco, celebradas, principalmente, pelos camponeses que se apresentavam
mascarados nestas festividades.
O carnaval era uma prática religiosa ligada à fertilidade e
ao solo. Era uma espécie de culto agrário em que os foliões comemoravam a boa
colheita e o retorno da primavera, assim como a benevolência dos Deuses.
Como de costume,
essas celebrações foram incorporadas pela Igreja Católica, e a palavra
carnaval, segundo a maioria dos historiadores, se liga à expressão carne
levare, “afastar a carne” – um último grito de alegria antes dos sentimentos
pesarosos da Quaresma.
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