domingo, 13 de abril de 2014

Páscoa e seu paganismo "oculto"

Tem anos em que a Páscoa é em abril, mas, às vezes, cai em março. Você sabe como isso funciona no nosso calendário?


A data da Páscoa é algo que a maioria das pessoas aceita sem questionar o fato de não ocorrer numa data fixa!
A primeira lua cheia do outono (primavera, no hemisfério norte) é chamada de Lua de Páscoa. Tradicionalmente, a comemoração da Páscoa é datada como o primeiro domingo depois dessa lua cheia.
A discussão para a fixação de uma data para celebrar a ressurreição de Cristo aconteceu no Concílio de Nicéia no ano de 325, que estabeleceu regras bastante rígidas para a determinação da Páscoa: ela é celebrada no primeiro domingo após a lua cheia que vier depois de 21 de março, início da primavera no hemisfério norte, pois isto substituiria os ritos pagãos de fertilidade.
Para entendermos melhor o que o Concílio de Nicéia tentou suprimir é necessário analisarmos não somente a Páscoa, mas, o Carnaval que a antecede, claro que sabemos que o carnaval não é uma festa cristã. Na verdade, ela é anterior ao Cristianismo e seus primeiros relatos foram atribuídos à Roma, na Antiguidade.
Os romanos organizavam festivais para quase tudo e alguns deles podem ter relação com o carnaval moderno. Naquela época, o ano estava dividido em dez meses – começando em março, com a primavera.
Fevereiro era fim-de-ano, quando acontecia a Februália, em honra a Februs, deus associado à morte e purificação. Mas a Februália não era tempo de regozijo. Orações e oferendas pediam para que a chegada da primavera – e o novo ano – trouxesse boa colheita.
Antes havia a Saturnália, em honra ao deus Saturno da mitologia grega. Um período em que as pessoas não trabalhavam, trocavam presentes e até os escravos eram temporariamente tratados como iguais.
Na Roma Antiga, também iremos encontrar os festivais em honra aos deuses Baco e Saturno, onde percebemos o carnaval associado às Bacanais ou Grandes Dionisíacas (festa da terra, do vinho e da floresta), efetuadas em honra a Baco, celebradas, principalmente, pelos camponeses que se apresentavam mascarados nestas festividades.
O carnaval era uma prática religiosa ligada à fertilidade e ao solo. Era uma espécie de culto agrário em que os foliões comemoravam a boa colheita e o retorno da primavera, assim como a benevolência dos Deuses.

Como de costume, essas celebrações foram incorporadas pela Igreja Católica, e a palavra carnaval, segundo a maioria dos historiadores, se liga à expressão carne levare, “afastar a carne” – um último grito de alegria antes dos sentimentos pesarosos da Quaresma.

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